Muitas vezes nos questionamos se estamos realmente felizes. A gente se questiona se é "isso mesmo" que a gente quer viver para o resto das nossas vidas. E nos perguntamos... Até quando vamos viver esperando. Até quando vamos viver sem perspectivas. Até quando vamos levar adiante. Até quando vamos aguentar? Muitas vezes nem temos mais certeza de que certas histórias nos fazem ou nos farão felizes. A gente apenas está acomodado em algumas delas. É como um ciclo vicioso. A gente não consegue sair dele.
Nós (humanos) temos mania de insistir, insistir, insistir... de tentar levar adiante histórias que talvez já nem serão mais o nosso "futuro"... e a gente faz isso por MEDO. Medo da dor. Medo da solidão, medo de começar de novo, medo do desconhecido, medo de viver novas experiências, novos momentos. Medo de encarar as oportunidades. E muitas vezes, lá na frente, a gente se vê infeliz, vivendo algo que não era exatamente o que a gente imaginou que seria.
E quando a gente olha para trás, pensamos:
"eu poderia ter sido feliz de outra forma, com outra pessoa, em outro lugar".
Tudo por que criamos na nossa cabeça uma perspectiva de futuro. Por que fazemos planos e achamos que tudo vai ser como planejamos. Por que a gente mete na nossa cabeça umas coisas e acha que só aquilo vai nos fazer feliz, que só aquele caminho será bom. Criamos uma realidade absoluta. E tudo não passa de uma GRANDE ILUSÃO!
E depois de muita insistência, às vezes, chegamos aonde queríamos... e então vem a frustração. Não era isso, e agora?
Muitas vezes a gente continua, já nem por amor, nem por tesão, nem por certeza de felicidade... e sim por costume e compulsão, que a gente insiste em chamar de persistência (hahaha).
"Eu só serei feliz assim, blábláblá".
"Eu só serei feliz lá, mimimi".
"Não existe outro caminho para a minha felicidade... blá blá blá blá"
Não se iludam. Nada é como a gente planeja.
A vida nunca anda conforme nossas expectativas e nossas vontades.
A vivência diária com alguém é algo complexo que precisa muito mais do que sentimento. Sentimento não salva relacionamento nenhum. Não basta gostar. Compartilhar a vida com alguém vai além dos ideais que criamos, das expectativas que temos, das vontades. Viver o dia a dia com uma pessoa é muito bom, mas precisa muito mais de outras coisas, do que de amor.
E eu não estou escrevendo nada disso da boca para fora. Por que sou sabichona, ou por ser o que eu penso. Não! É o que eu sei. É o que eu aprendi com as minhas experiências. Estou escrevendo por ter vivido isso. Por ter criado expectativas, por ter idealizado situações, relações e pessoas. Por ter imaginado um futuro e depois acabar vendo que não era nada daquilo. Por ter descoberto no dia a dia que nada era como eu imaginei que seria.
Estou escrevendo isso tudo, pois enquanto eu fiquei insistindo em minhas histórias "perfeitas" (na imaginação) eu deixei passar tantas, tantas oportunidades e histórias. E hoje eu só me arrependo disso. Por ter visto tarde demais as pessoas especiais que passaram pela minha vida, as que estavam batendo na minha porta... enquanto eu estava "cega" para a vida e convicta das "certezas" (irreais) que eu havia enfiado na minha cabeça...
E ninguém tirava! Oh céus!
E eu também não posso enfiar isso na cabeça das pessoas. Não posso fazer ninguém ver o que eu vejo. Nem acreditar em mim. Nem ler essas palavras e entender. Talvez serão má interpretadas, talvez menosprezadas, ignoradas. Não posso fazer ninguém mudar de pensamento.
Isso será uma tarefa da vida.
A vida vai mostrar que tudo o que temos é o hoje, o agora.
E que pena.... talvez será tarde demais para tanta gente. Até mesmo para mim. Que pena.
Eu ainda tenho muito o que aprender. Mas a minha mente está aberta... e meu coração também.
FIM
Carol Brunel
28/11/2019
