quarta-feira, 20 de maio de 2020

Ser bom



Bondade é algo que se aprende sim. É algo que a gente deixa crescer dentro da gente. Mas também é algo que, muitas vezes, está internalizado em nossa essência. Coisa de alma. 
Bondade é uma coisa bacana. Tentar fazer o bem para as pessoas que nos cercam. Ajudar. Estender a mão. Buscar nos detalhes fazer o dia de quem a gente ama ser especial. 
Ser do bem. Fazer o bem.

Mas ser bonzinho também é uma coisa que cansa. Até onde devemos e podemos ser legais? Às vezes, tenho vontade de ser “ruim”. Não no sentido literal da palavra. Mas tenho vontade de ser fria. De ser insensível. De ser indiferente. De virar as costas e ligar o foda-se quando achar que algo não está legal. Não acho que isso seja bom. Porém eu acho que as pessoas mais frias e indiferentes sofrem menos. Talvez sintam menos. Vivam menos. Aproveitem menos a vida. Mas ao menos se blindam de “partir o coração”. Se blindam de doer demais. Se blindam de se machucar a toa. Honestamente, eu não sei até que ponto isso é bom ou ruim… 

Ser legal, se jogar na vida e sentir tudo o que tiver que sentir? 
Ou ser frio e se blindar de tudo o que possa causar dor? 

Tem uma máxima espírita que diz que aprendemos na dor ou no amor. Talvez eu seja aquela que aprende em ambos…. Rss… no amor porque sou amor e na dor por costumar mergulhar demais naquilo que sinto. Por ter essa vontade de me jogar, e sentir, e viver, e ser, e fazer acontecer. 

Tenho me sentido cansada de tentar ser legal. De querer ver os outros felizes. De ser colo, acolhida e amor. Em um mundo cada vez mais vazio de pessoas cada vez mais vazias… em um mundo onde ser verdadeiro é ruim… em um mundo onde as pessoas têm medo de viver… em um mundo onde as pessoas preferem a indiferença, ou o caminho mais difícil. Onde preferem a frieza do que o calor de um amor verdadeiro. Em um mundo com pessoas que tem medo de amar e que tem medo de serem amadas. 

As pessoas andam de olhos fechados para a vida. Ou eu que ando com os olhos abertos demais?

E eu já não sei se ser “bom”… é bom ou ruim. Se ser amor vale a pena. Se vale a pena sentir tanto… 
Talvez eu precise aprender. 


FIM
Carol Brunel