quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

"às vezes é melhor estar só"...

 "às vezes é melhor estar só"...

Todo mundo em algum momento da vida já parou e pensou isso. Eu sei que sim. Eu muitas vezes me questiono sobre o sentido disso aqui. Dessa vida, desse lugar, desse mundo, desse universo, desse planeta. Será que existe vida em outro lugar? Se existir, será que é melhor do que esse inferno?

Nada me tira da mente, que o verdadeiro inferno é aqui. Esse lugar, de erros, de egos, de egoísmos, de medos, de inseguranças, de sombras. Esse lugar onde somos testados o tempo todo. Onde temos que provar o tempo todo quem somos, o que sentimos, o que estamos fazendo... e muitas vezes a gente nem sabe direito para onde está indo. A gente só quer errar, tropeçar, ser imperfeito. Mas a gente não pode. A gente só quer ser idiota e aprender com as quedas. Mas a gente não pode. 

Esse lugar onde temos que lutar o tempo todo (por tudo). Onde temos que nos esforçar para pertencer aqui e ali. Que chato pertencer. Que chato ter que ser o que esperam de nós. Que chato fazer a "social". 

Que chato seguir tantas regras, seguir tantos padrões. Não errar, não ser chato. 

O inferno é aqui, convivendo com esses seres, humanos, tão humanos quanto eu. Tão imperfeitos quanto eu. Mas todos pregando suas lições. Todos tão cheios de si. Tão grandes e ao mesmo tempo tão pequenos. 

Certo e errado. "Hei, você vai colher o que plantou, bla bla bla". Será? Será que a vida é essa chatice toda que a gente inventou? Será que não dá para ter mais leveza?

O inferno é esse planeta. Esse lugar onde sempre esperam mais de nós. Onde esperam de nós a perfeição. Sempre você tem que dar mais do que está dando, e até mais do que é capaz. Mais do que cabe em você. Mais do que sua capacidade humana. 

No fim das contas você é as expectativas dos outros, e não o que você realmente acha que é. Você é aquilo que esperam de você, e não a sua verdadeira essência. 

O inferno é esse lugar onde você tem que "caber". Caber dentro de um universo cheio de gente maluca que acredita que é certa, mas que também não sabe o que tá fazendo (mesmo que diga que sim). 

Ando cansada de ter que pertencer. Dessa coisa de utilidade. De ser cobrada o tempo todo. De não poder sentir medo. Estou cansada dessa insegurança. De ser punida nessa chatice de lugar. 
Ando cansada de não ter se quer o meu silêncio respeitado. De ser invadida, criticada, pressionada. De ser colocada em tantas panelas de pressão que sugam a minha alma. 

Aqui, nesse lugar, não aceitam sua singularidade. Não aceitam suas características. O tempo todo te exigem mais. 

Esperam tudo de ti. Esperam demais de ti. Você só tem que fazer o que todos querem.

É... o inferno é aqui. 





(Eu não quero respostas para as minhas perguntas. 
Eu só quero me sentir em paz e ser amada pelo o que sou)

FIM
Carol Brunel
27/12/2023

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Perdida!

 Estou aqui nesse lugar. Estou aqui tentando entender. Estou aqui me crucificando. Estou aqui me pregando na cruz. Minha cruz. 

Estou aqui perdida tentando achar a luz. Tentando respirar. Sair desse afogamento em que mergulhei. 

Eu não queria ter tantos medos. Eu não queria ter tanta insegurança. Eu não queria ser quem eu sou. Eu só queria ser melhor. Eu só queria não chorar, por dentro. Não rasgar minha alma outra vez. 

Eu só queria que esse dia não existisse. Eu só queria ter as palavras certas. Saber o que fazer. Eu só queria saber. 

Estou aqui nesse lugar, tão claro e lindo e ao mesmo tempo tão cinzento. Tentando encontrar uma mão que me ajude. Um colo que me receba. Um pouco de direção. 

Eu queria ter uma varinha mágica… e como num filme poder consertar tudo. Arrumar minhas bagunças. Eu só queria olhar para o lado e ver… ver o que meu coração deseja fortemente. Eu só queria sentir a cura entrando em meu corpo. 

Estou aqui, nesse lugar. Buscando respostas. E dentro de mim ainda vive a esperança. Ainda vive a esperança. 

Eu sei que nada disso foi ilusão, invenção, loucura. Dentro de mim eu sei… 

Eu só queria ver o sol outra vez. Eu só queria começar tudo de novo. Do jeito certo. Do jeito certo… fazer o certo! 

Estou aqui sem saber aonde ir. Apenas estou. 

E nem sei mais quem eu sou. 

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Fantasmas

Palavras fogem agora...
Correm pelo cinza de um dia ensolarado.
Um dia que deveria ser azul e cintilar as cores do verão.
São pedaços de dia sem cor. 
São uma canção que fala de amor e dor. 
Um mundo todo de cabeça para baixo. 
Os minutos no relógio da eternidade...
São segundos intermináveis.
O que é certo afinal? O que é errado?
Quais são as fórmulas mágicas da vida?
Onde está escrito que têm que ser assim?
Onde desenharam o amor? 
Nem poetas, nem cientistas, nem filósofos.
Ninguém tem a resposta certa.
Exceto nós e nossas ideologias. 
Nossas próprias criações.
Nossos manuais de conduta. 
Você já desejou que o mundo parasse?
Que a vida fosse rebobinada?
Com uma caneta girando na fita cassete.
Você já quis que esse dia não existisse?
É que tudo parece simples olhando de fora.
Tudo parece mais lindo olhando para o lado.
Não é simples. Não é fácil. Não é lindo.
É difícil, é duro, é muito duro viver. 
E ninguém prepara a gente para isso. 
E se os nossos pensamentos nos sabotarem?
E se as decisões estiverem erradas? 
Se nossas certezas não forem tão certas assim?


"When the going is good and all is well it usually means there is a strange little though that wonders how long is it going to last...Maybe we've all grown too cynical, thinking the good times are never going to last or we've stumbled into a strange emotional evolution. Before anything has a chance to hurt us we've already prepared for the ghost..." 

"Quando as coisas vão bem e tudo está bem, geralmente significa que há um pequeno pensamento estranho que se pergunta quanto tempo isso vai durar...Talvez todos nós tenhamos ficado cínicos demais, pensando que os bons tempos nunca vão durar ou que tenhamos tropeçado em uma estranha evolução emocional. Antes que qualquer coisa possa nos machucar, já estamos preparados para os fantasmas".

FIM
Carol Brunel
19/12/2023





 

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

O mundo é louco, a vida é confusa, a dor machuca, o amor cura!

 Eu sempre pensei muito sobre a vida. Sobre as coisas da vida. Eu sempre escrevi sobre sentimentos. Sobre amor, sobre dor, sobre as incertezas desse mundo tão imenso e tão pequeno onde estamos inseridos... e entre tantas confissões eu confesso que eu queria corrigir muita coisa na minha vida, embora eu tenho certeza de que tudo o que vivi foi o que me trouxe até aqui. Foi o que me fez crescer como pessoa, foi o que me ensinou.

Os meus erros, os meus tropeços, as minhas más decisões...Tudo isso me ajudou a ser mais forte, a aprender. Acho que eu sempre fui um pouco forte, mas tantas vezes eu mascarei minha dor. Minha tristeza. Tantas vezes eu chorei sem que ninguém visse, quieta no meu canto, reclusa em mim. 

É...eu ainda faço isso. EU não sou tão forte quanto pareço. Eu sou de carne e osso. Eu desmorono internamente tantas vezes. Eu me despedaço, me faço em cacos... e alguns eu perco por ai. Hoje me falta uma parte...

Hoje, só hoje, eu queria que tudo fosse diferente. Eu queria que tudo fosse mais simples. Eu queria poder me libertar das minhas próprias amarras. Eu queria ter mais coragem de ser feliz. Mas eu ainda estou aqui, aprendendo a viver. Como todo mundo, não é?!

Eu continuo aqui, errando e acertando. Errando de novo. Errando! Talvez um dia eu acerte mais do que erre. Talvez um dia eu ME machuque menos e também machuque menos as pessoas em minha volta. Talvez um dia eu tenha sorte, eu seja forte, eu desista menos. 

A gente não tem um botão de desligar né? De resetar tudo, voltar no tempo e fazer tudo diferente. A gente não pode mudar quem a gente já foi antes. A gente só pode mudar quem a gente é agora, ou quem a gente vai ser daqui para frente. De hoje em diante.

Eu ainda estou aqui, com a mesma sensação de não pertencimento. Me sentindo deslocada tantas vezes, me sentindo perdida nesse universo. Eu ainda estou aqui, tentando respirar em meio as incertezas, aos meus medos, as minhas angústias. Eu ainda estou aqui sabendo que vou me arrepender e tentando lidar com solidão que eu mesma crio tantas vezes. Meus muros. Meus dogmas que me impedem de ver ao meu redor. 

Eu ainda estou aqui, me perguntando o porquê de a vida ser tão simples e ao mesmo tempo tão complicada. Será que a gente dificulta mais do que ajuda? Eu não tenho certeza de nada nesse lugar. Eu ainda me pergunto quem eu sou. Qual a minha missão? Qual a minha razão nesse planeta?

Eu sei, no fundo, que eu não sou boa e nem ruim. Eu apenas sou uma humana tentando ser feliz. Tentando viver. Tentando amar. Tentando encontrar meu caminho. Mas eu já entendi que o caminho não é fácil, que a vida não é fácil, que o amor não é fácil, que conviver com tanta gente diferente é mais difícil ainda.

Eu já entendi que por mais que eu faça muitas coisas boas, que por mais incrível que eu seja tantas vezes, eu serei muitas vezes lembrada pelos erros que eu cometi. Eu já entendi que por mais que eu doe o meu melhor, talvez o meu melhor seja insuficiente. Eu serei sempre lembrada pelo pior, não pelas coisas boas que eu fiz. As pessoas esquecem rápido demais dos bons momentos... e lembra tanto das coisas ruins. 

Estou aqui, sobrevivendo as dores que eu mesma criei...

Peço desculpas a mim mesma. Peço desculpas ao mundo. Eu não sei ao certo o que eu estou fazendo. Mas eu acho que no fundo todo mundo está perdido também. Porém algumas pessoas disfarçam melhor. Todo mundo toma decisões ruins...

O mundo é louco, a vida é confusa, a dor machuca, o amor cura!

Mas hoje, só hoje, eu queria que tudo fosse fácil. Simples. Bonito e feliz. Eu só queria que o amor fosse uma equação matemática de fácil resolução. Eu só queria ter certezas e alegrias. 

Mas eu ainda estou aqui, no meio de caos da vida, tentando... tentando e tentando.

 

Carol Brunel

18/12/2023

18:20

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

FINAL DE ANO OUTRA VEZ!

 
DAS COISAS PESSOAIS QUE ESCREVO...
 
Final de ano outra vez. Só eu tive impressão de que este ano passou voando? É como se ontem eu estivesse comemorando o Natal, e agora já estou quase comemorando outro Natal.
Acho que esse ano foi o que menos escrevi e não foi somente falta de inspiração. Talvez tenham sido as atribulações da vida. Esse corre todo de ser adulto e ter contas a pagar (vocês sabem né).

Parece que a vida quando a gente é jovem é mais lenta. Que sobra mais tempo para nossas reflexões, para os momentos pessoais, para descansar. E acho que nesse ano eu senti muita falta disso. Particularmente, senti falta dos meus momentos de silêncio, dos meus pensamentos (até os mais barulhentos), de ficar deitada sem ter que falar ou me preocupar com qualquer coisa. De pegar um papel e escrever minhas poesias ouvindo as músicas que eu gosto. Senti falta de frear o ritmo louco da vida. De estar mais conectada comigo. Do meu respirar.

Não é à toa que tive umas crises de ansiedade...

Mas nada como um final de ano para recarregar nossas energias né?! Para trazer novos ares de vida, encher as baterias, colocar de novo as metas no papel, planejar tudo de novo, sonhar de novo, sonhar outros sonhos, acreditar de novo. Acho que os recessos e as férias são realmente necessários (às vezes) para não fazer nada, apenas relaxar. Só para realmente estarmos ali, e sentir a vida na simplicidade, nos pequenos detalhes, nos momentos comuns, nos pensamentos e no silêncio.

Hoje estou naqueles dias de nostalgia. Aqueles dias em que milhares de lembranças ficam invadindo a mente. Mas são lembranças tão gostosas e boas que fazem a alma vibrar. Fazem o coração sorrir, pulsar a vida. “Que sorte a minha”. Tantas coisas lindas. Tantos bons momentos. Tanta coisa boa para viver e sentir.

Já estou ansiosa pelos momentos festivos com a família. Pelo cheiro de Natal na sala de jantar, e a troca sagrada de presentes. É o mesmo ritual desde sempre. É a mesma coisa de todo ano, mas é sempre especial e mágico.

Já estou ansiosa pelo clima de praia, beira mar, “pé na areia, caipirinha, água de coco a cervejinha”... Vocês sabem que não sou adepta do calor né? Mas eu adoro a energia do sol, do clima de verão. Já estou ansiosa pelo banho de mar, as bagunças, as risadas, a diversão.

Já estou aqui com desejos de que o 2024 de todo mundo seja lindo! Seja incrível. Seja mágico. Espero que a gente tenha força e fé. Mas que a gente tenha principalmente alegria de viver. E muito amor no coração. Que a gente possa sentir coisas lindas e viver momentos incríveis.

Enquanto isso...  Eu fico aqui com a minha nostalgia, navegando em lembranças lindas... e querendo mais!

Fim...

Carol Brunel
15/12/2023