quarta-feira, 17 de abril de 2024

Ares de outono...

Ares de outono...
Aqueles dias que eu gosto. Céu azul, temperatura agradável, sol. 
Folhas e flores balançam com o vento. Nostalgia!
Não saberíamos o que é alegria, se não fossem as tristezas.
Não nos alegraríamos mais com o sol, se não fosse a chuva, se não existisse escuridão.
Ares de outono...  
Lembrei das noites frias em que eu sentava na varanda, e por horas, apenas olhava as estrelas. 
Lá fora a vida parece vibrar. E aqui dentro estou buscando aquela velha magia.
Aquele poder escondido que eu sempre tive de me resgatar. Aquela energia, minha. 
Essa que sinto agora com o vento que toca minha pele... 
Que me liga a algo. Que me liga ao universo e toda sua força. Imensidão! 
Percebi que sinto falta dos meus tempos de qualidade. Ter tempo de apreciar o simples. 
De sentar em uma varanda e ver o céu. De parar em algum lugar e ver o sol se pôr. 
Apreciar o momento, sem pensar em problemas. Sem angústias e ansiedade. 
Ares de outono... 
Combinam com uma canção de amor. Combinam com recomeços.
Lembrei de quando ouvia meu toca discos e ficava vendo o tempo passar.
Quando foi que a nossa vida ficou tão acelerada? 
Quando foi que a gente adormeceu e se enterrou no possuir. 
Queremos ter tudo, esquecemos de ser. De sentir. De vibrar. 
Ares de outono...
Que dia brilhante, lindo e nostálgico. 


Fim
Carol Brunel


Ps:. PLÁGIO É CRIME!




quarta-feira, 27 de março de 2024

Novos sonhos!

Eu não posso voltar no tempo.
Eu não posso viver de novo o que já foi.
Eu não posso cometer as mesmas loucuras.
Não posso decidir de novo...
E tomar outros caminhos, viver outros destinos. 
Há dezesseis anos atrás eu estava apenas começando.
Juvenil, inexperiente, ingênua. 
E nesses dezesseis anos eu cresci, aprendi muito.
Vivi coisas incríveis, amadureci com os anos. 
Mas sinto que também parei no tempo.
Fiquei vendo o tempo passar...
Correr entre os dedos, dias, horas.
Sem pensar muito no amanhã,
e ao mesmo tempo pensando demais.
Segui como todos, no piloto automático da vida.
Dezesseis anos e hoje sinto no peito:
Felicidade e gratidão. 
Mas também desejo de mudança.
Eu não posso voltar no tempo.
Mas eu posso começar a escrever de novo.
Uma nova história, com novas memórias.
Posso escrever um novo capítulo...
E ter novos sonhos para viver.

Fim
Carol Brunel


"Dezesseis anos de empresa"



quarta-feira, 20 de março de 2024

Os perigos da Internet...

...Fiquei aqui por alguns minutos observando o movimento da cidade lá fora. Os carros passando, os pássaros voando, as pessoas caminhando, o verde das árvores que sobrevivem em meio a selva de pedras. E meu entendimento foi claro: a vida não para. A vida continua sempre, ela está acontecendo lá fora, agora. Independente dos dissabores que muitas vezes ela traz para nós (humanos). Não importa o que aconteça, a vida sempre acontece. Talvez esse seja o maior motivador para seguirmos em frente, só que a gente muitas vezes o ignora. 

Hoje em dia, com tanta facilidade de acessar as coisas, nos tornamos mais espertos (afinal a informação está a um clique de distância) e ao mesmo tempo nos tornamos mais cheios de si e menos inteligentes. Arrogantes, soberbos, ditadores de opinião, cheios de certezas baseados em coisas que talvez não façam sentido para o outro (eu me incluo nisso). A gente ignora às diferenças porque com tanto vídeo de "especialistas" em tantos assuntos, achamos que tudo se encaixa de forma geral para todos. 

Se você abrir uma rede social agora, vai ter gente falando de tudo lá... e muitas vezes de forma contraditória, um vai dizer que arroz engorda e outro vai dizer que não. Quem está certo afinal? Tudo depende do organismo de quem consome não é? Então poderíamos dizer que ambos estão errados. Mas, às vezes, você se apega a um lado e esquece que existe outro lado. Não conseguimos mais avaliar nossas decisões por si só, por aquilo que sentimos e pensamos. A gente quer opinião, e muitas vezes a opinião de fora é errada e inútil. 

Tem fórmula para tudo na internet... "Amar é assim... amar é assado". "Amor é isso, amor é aquilo". "Faça isso e será feliz". "Não faça isso se quiser ser feliz". "Fulano disse que tem que ser assim". "Meu amigo conselheiro acha que....". "Siga esse caminho". "Não siga esse caminho". "Acorde cedo". "Durmam 8 horas por dia"... 
poderia ficar horas aqui citando infindas coisas...

É como se estivéssemos rodeados de fórmulas mágicas por todos os lados, mas no fundo nenhuma delas é mágica e muito menos eficaz para todos. 

Tem gente que é feliz olhando o céu. Tem gente que é feliz lendo um livro. Tem gente não é feliz com nenhum dos dois. João prefere vídeo game e Fernando prefere SURF. Entendem? Nem tudo serve para todo mundo. Nem tudo que é bom e certo para um é para o outro. 

Há muitos estudos que já provam que a hiperconectividade aumentou os casos de transtornos como: depressão, ansiedade, estresse... e por ai vai. Sem contar outras coisas como: comparações com a vida alheia, medo do julgamento, sensação de ter que estar sempre disponível, entre outras situações.

Os acessos a diversos conteúdos com facilidade criaram o que chamam de "especialistas da internet", que são pessoas que acham que tem conhecimento suficiente para debater qualquer coisa porque leram no Google. Tem até um efeito que foi estudado por pesquisadores (de universidade) chamado Efeito Dunning-Kruger (basta um clique no google para ler mais)... Sim dou crédito a pesquisas científicas baseadas em estudos universitários com dados e amostras reais. 

O problema do especialista de internet é que se ele acha muitas vezes mais inteligente do que o cara que estudou anos em Harvard. 

Mas é claro que os ignorantes acham que estudo científico é balela... e vão achar que eu estou aqui falando abobrinha e me achando. Embora eu só esteja refletindo, estudando e compartilhando minha reflexão que não precisa ser aceita e nem precisa de concordância.  

Porém, o que ocorre diante disso, é que passamos a ignorar a particularidade de cada pessoa. Passamos a ignorar que o outro pode: pensar diferente, ser diferente, viver diferente, gostar de coisas diferentes, se vestir diferente. Que ele tem o temperamento próprio, que ele tem seu jeito de sentir, de ser, de viver, de encarar as coisas, de amar. A gente insistentemente deseja que o outro seja como nós, que pense como nós, que concorde com a nossas ideias.

E essa é a maior ilusão da sociedade atual: Achar que todas as pessoas devem ser iguais. 
Todos nós, consciente ou inconscientemente fazemos isso. Alguns de nós vamos admitir e outros não, mas fazemos vez ou outra.  

Esperamos que aqueles que nos rodeiam sigam nossos passos. Fazemos isso em família, em círculos de amizade e em relacionamentos em geral. A gente esquece no fundo que cada um tem sua história, sua genética, suas características e seus próprios passos. 

A internet continua ali, cheia de coisas boas com certeza, cheia de coisas importantes e especiais. Salvando e ajudando muita gente. Tem muito estudo real e maneiro na internet. Tem muita dica bacana, mensagem positiva. Tem muita terapia na internet. Culinária. Memes. Textos maneiros. Eu adoro ter acesso. 

Mas também tem muita contradição, imposição de ideias e inverdades na internet. Por isso devemos cuidar para não virarmos um fantoche das redes. Ver o que é válido para nós, mas saber que pode não ser para o outro. 

O importante é achar um ponto de equilíbrio, ter opinião própria, tomar as próprias decisões, e buscar ajuda de especialistas de verdade (pessoas que estudaram para... embora tem que ache que estudo não é importante) quando for necessário. Pois imagina você indo em um médico que se formou pelo Google? 

E...

Lá fora, a vida continua, sempre. Não desista e não desanime. Permita que cada ser seja único. Singular. Permita que as pessoas vivam sua essência. Seu biótipo. Sua vida. 

O mundo não espera por nós. A vida não espera... A vida sempre continua! Sejam felizes dentro das suas realidades!

Fim
Carol Brunel
20/03/2024






sábado, 16 de março de 2024

Me escolho! Me acolho!

 Uma das coisas que aprendi com a vida é que as pessoas sempre vão pensar coisas sobre você baseadas em visões distorcidas da realidade (delas). Vão te julgar baseados em inverdades. 

E… Como diz o ditado: quando alguém te julga, quase sempre está julgando a si mesma. Fato é que sempre vão te julgar. Independente de qual seja sua escolha. Mesmo sendo uma escolha pessoal, mesmo você tendo sua trajetória. Alguém vai se sentir no direito de te definir… ou de achar que suas escolhas são erradas. E até de achar que você não tem o direito de pensar e ser diferente. 

“Freud, em seus estudos, falou de um mecanismo de defesa que se chama projeção. Nele a pessoa “enxerga” em outros alguma característica sua que não aceita. Isso acontece de forma mais inconsciente e a protege da insatisfação que teria se reconhecesse a característica em si. Então essa é outra possível explicação.“

Não fui eu que disse isso 👆🏼👆🏼 São especialistas. A real é que as pessoas baseadas em suas interpretações podem te ver dentro da ótica delas… e a realidade delas nunca é a sua realidade. (Isso também vale para mim, afinal não estou dizendo que nunca julguei ou julgo, e sei das minhas limitações)… 

Ou seja, não sou e nunca serei perfeita. Nem pretendo. 

“Sendo assim, julgar algo ou alguém é dar uma impressão, fazer um juízo de valor em cima de uma situação. Sabendo disso, você deve estar se perguntando: julgar algo ou alguém baseado em quê?

A resposta pode não ser muito satisfatória, mas é real: baseado em absolutamente qualquer coisa. As pessoas julgam e ponto. Suas justificativas podem ser as mais aleatórias possíveis, sabe por quê? Essa atividade ou mania diz muito mais sobre quem a pratica, do que sobre quem é, realmente, julgado” (Psicóter)

Eu não estou aqui para ditar regras. Muito menos estou buscando aprovação. Eu também não acho que eu seja melhor do que ninguém. Muito pelo contrário. Eu não estou em uma competição com ninguém. Minha única competição é comigo mesma. Quem quer competir comigo perde seu tempo. 

… a única coisa que eu quero na vida é poder seguir em paz. Em paz comigo mesma. Pois sei que serei mal interpretada, definida e julgada inúmeras vezes. Sei que dentro da ótica alheia meus defeitos serão enaltecidos. Sei que dentro do universo do outro, eu serei uma definição baseada em achismos. 

Mas eu prefiro a minha paz. Minhas escolhas. Por mais difícil que seja escolher. Eu prefiro escolher minha saúde mental. Meu mundo. Prefiro me escolher a negligenciar minha paz para agradar expectativas humanas (ou desumanas) de quem quer que seja. Prefiro ser vista como egoísta por escolher a mim, do que colocar minha paz na mão de quem só vai destruir minha personalidade. De quem pretende me roubar. 

Como diz o padre Fábio: “tem gente que te rouba, tem gente que te devolve”… 

Eu quero ficar longe de quem me rouba. De quem me anula. De quem me fere gratuitamente para satisfazer o ego. De quem espera de mim algo que não sou. De quem deseja me idealizar dentro de uma realidade que não é a minha. De quem quer que eu seja alguém que não serei nunca. 

É! Com os meus erros? Minhas contas com o universo deixa que eu pago! Elas são minhas e intransferíveis. 

E cada um que pague a sua, sem encher o saco de ninguém… Ou vocês acham que não erram? Olha lá alecrim dourado! Cuidado com a mania de achar que os outros tem mais contas a pagar com o universo do que vocês! 

Por fim, certa ou errada: Eu me escolho! Sempre!! 


Fim 

Carol Brunel 

quinta-feira, 14 de março de 2024

Amizade com ex é possível SIM!

 
Lidando bem com o passado.

Como você lida com o seu passado? De que forma você encara o que aconteceu? Você vive magoado com o passado? Com as pessoas? Se culpando pelos seus erros?
 
Noite passada eu tive um sonho lindo sobre coisas do passado. De vez em quando sonho coisas intensas que me remetem a lembranças lindas da minha vida. E apreendi através dos meus sonhos que SIM, é possível estar em paz com aquilo que a gente viveu.
 
Todo mundo tem um passado, uma história, amores, dissabores, paixões... e inclusive amores e paixões mal resolvidos. Todo mundo tem aquela história que poderia ter sido, mas não foi. Todo mundo tem aquele e se? ...escondido. E se eu tivesse ido? E se eu tivesse falado? E se eu tivesse feito diferente? Não sejam hipócritas aqui de dizer que não. Mas a gente sabe, lá no fundo, que tudo tem uma razão de ser. Ao menos eu acredito nisso.
 
E a melhor coisa da vida é poder olhar para o passado com carinho. Respeito pela história que a gente viveu. Respeito pelo caminho que a gente trilhou, dentro das nossas capacidades, dentro dos nossos limites pessoais, dentro daquilo que nos competia... (não é fácil e eu às vezes tenho gatilhos ruins)
 
Vou escrever durante esse texto sobre uma coisa que talvez alguns “leitores” não gostem. Eu já vivi algumas relações desde que comecei a me relacionar aos 17 anos de idade (tenho 40 hoje). E acho que todas as relações foram importantes para o meu crescimento. Cada uma teve sua particularidade, algumas foram tóxicas, outras não. Algumas foram incríveis, porém terminaram porque não faziam mais sentido. Pois é meus amigos, nem toda relação termina por coisas ruins. Alguns amores apenas viram amizade. Mas muitos de vocês não estão preparados para essa conversa.
 
“Eu sou amigo do meu ex, da minha ex”... Tem gente que lê essa frase e entra em surto. Como tu pode ser amigo de um ex, de uma ex? Gente eu tenho vários amigos e amigas que são amigos dos seus ex. Que conseguem manter uma relação de civilidade e respeito pela história vivida. Eu até entendo que algumas histórias são trágicas, ruins, e que alguns afastamentos são estritamente necessários. Ninguém aqui está generalizando um: “seja amigo dos seus ex”. Não é uma pregação!
 
E mesmo não querendo manter contato, ainda assim você pode estar em paz sem fica levando todas as “tralhas” do seu passado por ai (mas isso é assunto para outro texto).
 
... De algumas pessoas que me relacionei eu levo lembranças BOAS e bonitas. Algumas preferiram se afastar totalmente (por um tempo ou para sempre) ...  e outras não. E eu sou tão grata e feliz por conseguir manter uma amizade com algumas das pessoas que me relacionei.
 
Sabe... é tão PAZ, é tão gentil, é tão bom não carecer sentir ódio, rancor, raiva. É tão bom e MADURO e responsável tratar com consideração alguém que fez parte da sua vida por um bom tempo, que participou da sua história, mas que por razões pontuais passaram a ser mais como alguém da família, um sentimento fraternal.
 
Claro que ficar amigo de ex por motivos ruins, abusivos, tóxicos, interesses (sejam eles quais forem) não é legal. Especialmente se for por dependência emocional. Agora se vocês têm os sentimentos e as vidas bem resolvidas, e querem manter uma amizade, não vejo problema nenhum. Muito pelo contrário, vejo benefícios. Poder ter uma conversa esclarecedora e leve. Poder seguir os caminhos torcendo um pelo outro. Cara isso é muito evoluído. (É eu sei, vocês estão torcendo o nariz)
 
Acho que o mundo seria muito melhor se as pessoas soubessem lidar com essas coisas de forma adulta e madura. Sem birra de criança, sem drama. E gente ninguém está dizendo que não dói separar de alguém, dói é obvio, mas tem dores e separações que são necessárias. Depois aquele sentimento de luto passa. E vida que segue.
 

E conseguir estabelecer uma conversa madura, ética e responsável com alguém que fez diferença na sua vida é algo incrível. E sabe o que é mais massa ainda? Conversar e ouvir a pessoa dizer que está feliz, que conheceu alguém, e ficar feliz pela felicidade daquela pessoa. Conversar e ver que dá para falar sem pensar que o outro está te dando mole, ou achar que existe algo. É apenas como se você estivesse conversando com um (a) velho (a) amigo (a).
 
Amizade com ex é possível SIM! Só que nem todo mundo está preparado para essa conversa. (Principalmente quem é tóxico)

Faça as pazes com o seu passado. Se der para manter uma amizade, um coleguismo... você vai ver como é bom. Se não der por um tempo. OK. Se não der nunca. Ok também. O importante é você seguir sem magoas e dores.
 
Lembre-se do passado com carinho. E seja feliz no presente!!
 
 
FIM
Carol Brunel
 
(...mais uma vez que fique claro que não estou colocando nesse pacote relacionamentos abusivos, tóxicos, dolorosos, atordoados... TEM HISTÓRIAS QUE MERECEM SER APAGADAS PARA SEMPRE)

quarta-feira, 6 de março de 2024

Tudo precisa de resposta?

Tudo precisa de resposta?

Talvez nem mesmo essa pergunta acima necessite uma resposta. 

Eu acredito que na vida tem coisas que não tem e nunca terão respostas e também não precisam ou merecem uma reação. Não precisamos sempre colocar os "pingos nos is". Sabe aquele lance de que "nem tudo precisa ser dito"? Às vezes ficar em silêncio e deixar o tempo passar é o melhor que temos a fazer. Muitas coisas na vida se resolvem por si só, com o tempo. Tem coisas que naturalmente se encaixam. Sem forçar, sem desespero, sem espernear. Pela simples leveza de SER. 

Tem muita gente que tem essa mania de querer sempre discutir tudo, inclusive nas relações. 

Tudo é motivo para um debate. Tudo é motivo para "estou desconfortável". Meu querido, minha querida... em uma relação inevitavelmente você vai ficar desconfortável e não vai gostar de várias coisas (inúmeras vezes). Se você quiser discutir tudo, no mínimo vai se tornar um chato e vai cansar a outra pessoa com tanta DR. 

Tem coisas que não merecem desgaste. "Ah porque fulano (a) pensa diferente de mim e bla bla bla". Ok! Quem bom, significa que você não está se relacionando com um clone e que tudo bem a pessoa pensar diferente.

A gente muda durante a vida? Muda! Muda de ideia, de opinião, de roupa, de cabelo, de casa. Mudar é a coisa mais certa que a gente sabe sobre a vida. Mas tem que coisas que apenas não vão mudar. São inerentes de nós, da nossa personalidade, temperamento, desejos pessoais. E tá tudo bem, não tem nada de errado nisso. 

Tem um termo Chinês da filosofia Taoísta que diz que "a forma mais adequada de agir é não forçar". É claro que não é em um sentido literal. Não quer dizer não fazer nada, mas sim, fazer de forma natural sem forçar. Ao invés de deixar fluir, queremos sempre forçar as situações, queremos que aconteça, que aconteça logo, que aconteça do jeito que a gente quer... E ai as coisas não fluem em harmonia. 

Esse negócio de conversem sobre tudo é utópico e talvez até induza ao desgaste. Eu fui aprendendo com o tempo, apanhando da vida, quebrando a cara.... Que nem toda briga merece ser discutida (nem mesmo posteriormente). Que nem todo desencontro precisa de várias horas de DR. Que nem todo desconforto vai ter uma resposta imediata. Às vezes, umas horas de silêncio, um abraço, carinho, umas palavras de amor já colocam as coisas nos eixos.

Não adianta ficar remoendo e remoendo toda situação ruim. Foi ruim? Beleza, foi. Só que se você ficar remoendo pensamentos e situações vai ficar patinando sem sair do lugar. Fica lá naquela ruminação mental sempre querendo esclarecer tudo. E isso causa um grande bloqueio de viver completamente algo que lhe traz felicidade e até mesmo de ser feliz com você mesmo.

E olha, eu aprendi isso na prática. Mas vejam bem, eu também tenho pensamentos de situações, lembro de coisas chatas, tenho minhas ansiedades, inseguranças, crises. A diferença é: como reajo a isso e com quem frequência deixo isso dominar minha vida. 

Eu li em um site que ficar remoendo situações causa: "Déficit de atenção, prejuízos na concentração, procrastinação, dificuldade com aprendizado, memória e tarefas, prejuízos na capacidade de se relacionar socialmente, amorosamente e no trabalho".

Acho que a gente pode pegar leve com a gente mesmo. E também pegar leve com as pessoas ao nosso redor. Tem que coisas que são e ponto. Coisas que não vamos conseguir mudar e ponto. Tem "i" que vai ficar sem pingo mesmo e tudo bem. Nem tudo precisa, merece ou TEM uma resposta exata. E tá tudo bem também. Você não precisa levar tudo para uma discussão. Você não precisa querer esclarecer o tempo todo, todas as coisas. 

E quando te dizem "conversem sobre tudo"... na verdade é quase tudo. Porque além de você existe o outro, na sua individualidade, na sua característica, um ser único. Conversem sobre muita coisa, mas não queiram discutir sobre tudo e dar opinião sobre tudo. Respeite o espaço do outro, de pensar e de ser. 

O resto é demagogia e blá blá blá. 

FIM
Carol Brunel


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Lembrar é inevitável

Em alguns dias, lembranças são inevitáveis. A gente lembra da vida que viveu até aqui. Dos momentos que passamos. Das coisas, das não tão boas. Porém mais das coisas boas do que das ruins. Algumas lembranças, memórias, histórias foram apagadas com o tempo. Mas sempre tem aquelas que permanecem em nós...

Cheirinho de bolo no café da manhã. Estradas por onde passamos. Lugares onde estivemos. Aconchego de dias frios. Viagens. Gente. Amores. Risadas. Coisas engraçadas que vivemos. E por ai vai...

Sempre tem aquela memória que faz parte de nós. Sempre tem aquela história que é um pedacinho do que somos. O nosso crescimento. Nosso aprendizado. Nossa evolução. Sempre tem aquela memória que a gente lembra sorrindo. Mesmo que essas histórias precisaram um dia ser deixadas para trás. Seja lá por qual motivo. Tem páginas da vida que simplesmente são viradas, e não é porque somos ruins, egoístas, ou qualquer coisa do tipo... é que tem ciclos que se encerram e precisam se encerrar.

 

Li por aí, um dos trechos de uma crônica de Martha Medeiros que achei genial, e diz assim:

 

“.... Canso menos, divirto-me mais e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório [...]. Não somos repetições de nós mesmos, a cada instante somos surpreendidos por novos pensamentos que nos chegam através da leitura, do cinema, da meditação. O que eu fui ontem, anteontem, já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem para agora, hoje é o meu dia, nenhum outro. ” - (O permanente e o provisório – Martha Medeiros)

E a vida é isso, um eterno encerrar ciclos, recomeçar. E não significa que com isso algumas lembranças e sensações vão deixar de existir. Tem momentos que serão eternizados em nós, e serão sempre lembrados com carinho, outros não.

Lembrar do que foi bom com carinho. Esquecer do que foi ruim... e quando uma lembrança vier, que seja sentida, como merece ser.

Assim é e assim será.

 

Fim
Carol Brunel
28/02/2024