terça-feira, 25 de abril de 2017

Fé artificial



O texto de hoje nasceu a partir de uma passagem bíblica compartilhada em um grupo de whatsapp. Sim!! Quem diria....eu que sou até um pouco “cética” em relação a bíblia, usando um texto bíblico como referência.

Acontece que esse texto gerou uma conversa que me inspirou a escrever. O trecho é de Mateus 6:1-6,  e uma parte dele diz assim “por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas para serem elogiados pelos homens”.

Vou misturar um pouco dos conceitos religiosos (não me levem a mau os mais fanáticos), mas o budismo tem uma frase que diz que a caridade deve ser anônima, caso contrario não é caridade, é vaidade! E a gente sabe, que há de fato, muita vaidade nas religiões e especialmente nas pessoas. 

Quantas pessoas vemos no dia a dia enaltecendo “seus feitos”, envaidecidos pelo ego, falando de caridade.

É claro que quando a gente vê um ato de caridade, a gente acaba se inspirando, mas eu estou falando daquelas pessoas que vivem na vaidade de achar que são as melhores pessoas do mundo por que ajudam um ou outro, ali e lá.

Sabe, aqueles que se sentem superiores por que foram na igreja?
Aqueles que publicam a “fé”, mas não praticam a verdadeira fé no dia a dia?

Por que para mim está muito claro que a fé nasce do amor, o amor que vem de Deus. Deus é amor, como está escrito na Bíblia... E se a gente não praticar compaixão e amor, já estamos no caminho errado. Se a gente prefere alimentar o ego com: egoísmo, julgamentos, arrogância, vaidade. Então estamos muito longe da fé que a gente diz ter.

Tem um trecho de um texto que eu li nas minhas leituras diárias que diz o seguinte: A benevolência para com o semelhante, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que são as formas da sua manifestação, entretanto, nem sempre se deve confiar nas aparências; a educação e a vivência do mundo pode dar o verniz dessas qualidades, quantas há cuja fingida bondade nada mais é do que uma máscara para o exterior, uma roupagem, cuja aparência bem talhada e calculada disfarça as deformidades escondidas! O mundo está repleto de pessoas que têm o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são mansas nas condição de nada lhes machucar, mas que mordem a menor contrariedade; cuja língua dourada quando falam face a face, se transforma em dardo envenenado, quando estão por de trás.

E quantos né? Quantos fingem bondade! Quantos carregam sorrisos nos lábios, fingem mansidão, mas abocanham na primeira vez que são contrariados. Quantos?

Por fora a casca da bondade, por dentro o desejo de satisfazer o EGO. De se sentir superior aos outros. Eu sempre digo que essas pessoas são artificiais, que praticam uma caridade artificial e tem uma fé mais artificial ainda. São pessoas vazias, pessoas que escondem suas inseguranças. Pessoas que precisam humilhar, maltratar e julgar os outros para se sentirem melhores.

“A hipocrisia fede”! Disse uma amiga após ler o trecho bíblico. E é verdade! a hipocrisia dá ânsia de vômito... e os hipócritas estão entre nós, sorrindo e acenando.  

Tem muita gente dizendo ser temente a Deus, e na realidade vivendo de miséria emocional e egoísmo. Há por trás de toda religião uma “fé artificial”. De gente que sai da igreja cheio de si e na rua já condena os outros. De gente que está mais preocupado em “publicar” nas redes sociais sua fé, do que realmente em por em prática os ensinamentos da fé.

Infelizmente a internet cria muita gente “artificial”. Gente que vive nas aparências de suas publicações. Por que se a gente diz ter fé em Deus, então que saibamos ao menos praticar o mais simples de todo ensinamento bíblico: amor, compaixão, respeito!

Que a gente cumprimente o porteiro, a faxineira, mas que a gente também cumprimente as pessoas que nos amam. Que a gente seja gentil nas redes sociais, mas que sejamos também no dia a dia, com os que nos cercam. Que a gente seja legal com os amigos, colegas, desconhecidos, mas que a gente seja ainda mais legal com quem está disposto a dar um pouco de si para nós.

Por que de nada adianta vestir uma máscara e sair por ai se achando o melhor do mundo por que foi na igreja, por que teve um gesto bondoso, por que foi legal com alguém por um momento.

E quantas vezes não foi legal? Quantas vezes foi rude? Quantas vezes foi egoísta? Quantas vezes estava preocupado com o ego? Quantas vezes deixou de ser bom quanto Deus estava esperando que você fosse? Quantas vezes teve oportunidade de sentir compaixão e sentiu ódio? Quantas vezes poderia ter perdoado e não perdoou?

A verdadeira caridade é aquela que acontece no coração. É aquela que entra na alma. É aquela que nos faz ter vontade de ser alguém melhor a cada dia. É deixar de ser espinho e se tornar flor.

Não adianta tocar trombetas, se não somos capazes de olhar os outros com olhos de amor. 

Então, que a gente possa fazer a diferença!!! Por que quando a gente quer mudar o mundo, a gente começa mudando a gente mesmo!

FIM
Carol Brunel

25/04/2017   

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Dia de Chuva!



Dia de chuva, um café, um livro. Uma pitada de melancolia. Olho pela janela, vejo os pingos caindo no verde das folhas. Permito que o barulho das gostas penetrem minha alma e tragam paz.

Há quem não goste desses dias. Mas eu os vejo como necessários, não só por molhar as plantas e por encher os rios. Mas por trazerem uma certa “calmaria” na nossa euforia. Aquela pausa necessária na nossa rotina maluca. Aquele momento de reclusão, para que possamos realmente desfrutar do que temos: nosso sofá, nossa cama, nossa cozinha, nossos livros e coisas que às vezes se quer apreciamos.

Afinal ficar em casa, sem fazer nada, de bobeira também é legal. É legal o aconchego do nosso cantinho e do nosso pensamento. Dias de chuva servem para isso também! Para curtir a família, para curtir quem divide a vida com a gente.

... E dias de chuva são bonitos também! 

Aliás, diversão e felicidade não são sinônimos de estar sempre nos bares da vida rodeados de gente oca. Diversão também é assistir um bom filme, ler um bom livro, comendo pipoca no sofá com os cachorros e com quem a gente ama. Felicidade também é olhar para janela e ver a chuva lá fora, enquanto prepara-se um jantar. Felicidade também é aproveitar a melancolia do dia chuvoso, sabendo que logo virá o dia de sol. Diversão é chegar em casa depois de um dia de trabalho e curtir as lambidas do seu cachorro. 

Ah, e só para constar... ninguém morre ficando em casa num dia de chuva não!!! Só não sabe disso, quem não sabe ser feliz!

Afinal, o que seria dos dias de sol se não fossem os dias de chuva?

FIM
Carol Brunel

05/04/2017

segunda-feira, 3 de abril de 2017

O azul que irradia



No pôr do sol daquela tarde, 
Aquela árvore, o céu azul.
Ali a nostalgia pairava.
A mente voava. 
O coração saltava.
No peito metade, nos olhos verdade. 
Não se pode negar o que bate.
O que brilha no olhar. 
O que faz pensar.
A música tocava. 
Os pássaros voavam.
Sentia! Uau! Que energia! 
Daquele azul que irradia. 
Do pouco, do tudo, do incerto e do certo.
Ali naquela rua...
...onde tudo parecia familiar.
Anoiteceu em luar!
Veio a paz de um lugar.
Metaforizei a vida em segundos. 
Senti a brisa, respirei, mentalizei... 
E com tantos sonhos que tenho, 
Ali, no azul que irradia...
Mais um eu sonhei! 

FIM
Caroline Brunel Matias

Criciúma/SC