sexta-feira, 7 de junho de 2019

A MINHA VOZ

A minha voz tá calada. 
A minha voz não pode falar.
A minha voz no sistema opressor. 
Minha voz não pode articular.
Há vozes do mal, lobos em pelo de cordeiro.
Todos te rodeiam a espera de um tropeço.
Você cala, mas não consente.
A minha voz se cala,
Se reduz a pequenos manifestos 
Que induzem a vontade de revelar-se.
Manifestar o pensamento, o que está inerente.
Explicito, escrachado, escancarado.
E tanta gente finge não ver. 
“Deixa ela, o ódio vem pra ensinar”
Cantei. Cantei para esquecer.
A vontade que eu tenho de escrever.
Colocar em palavras tudo que sinto. 
Não! Eu não sei mais do que você!
Mas... “o que eu vejo, quase ninguém vê”.
Minha realidade, dia a dia. Você não vive isso.
Quem sabe. Quem sabe o tempo. 
Quem sabe Deus.
Você também vai enxergar.

FIM
Carol Brunel
15/05/2019