sexta-feira, 27 de outubro de 2017

EM BUSCA DE PAZ!

Eu já fui aquele tipo de pessoa que buscava saber sobre a vida dos outros, perguntava coisas, questionava sobre suas relações, e depois eu dava minhas opiniões e palpites. Muitas vezes comparava minhas histórias, muitas vezes eu falava mais do que ouvia, muitas vezes eu falava coisas que eu mesma não praticava (e não pratico) na minha vida, dando uma de psicóloga de plantão.

Confesso!!!! Muitas vezes eu fazia isso movida pela curiosidade, movida pelos instintos, às vezes até induzida pela curiosidade de outras pessoas.

E a grande maioria das pessoas é assim! Querem especular. Querem Saber. Querem falar da vida alheia. A curiosidade sobre a vida dos outros ultrapassa os limites da razão e do bom senso. E muitas vezes o interesse é só para saber se o outro está mais feliz do que a gente.  

Demorou muito tempo para eu perceber que quase sempre eu me sobrecarregava com as tristezas alheias. Que quase sempre eu me imaginava triste quando comparava minhas histórias com as dessas pessoas. Muitas vezes eu me via falando de coisas ruins sobre a minha vida. Coisas que no fundo eu não queria falar. Eu era pega pelos dramas das vidas que não pertenciam.

E eu sei que amigos estão ali para dividir os momentos bons e ruins, para emprestar os ombros e os ouvidos. Eu sei que amigos querem dividir com a gente suas histórias de vida. Mas é ai que está a grande diferença: quando uma pessoa quer te falar sobre algo, ela vai te falar. Quando uma pessoa quer desabafar... ela vai desabafar! E é nessa hora que a gente tem que ouvir, apenas ouvir. Por que o desabafo por si só, muitas vezes, é a "própria cura".

Hoje eu admito que não pergunto muito sobre a vida das pessoas. Dou a elas a liberdade e o direito de me contarem o que quiserem, ou não. E dou a mim o direito de não querer questionar nada que não me diga respeito. Não acho que isso seja egoísmo, não acho que isso seja falta de atenção. Pelo contrário, acho que é respeitar a privacidade e a liberdade do outro de falar ou silenciar. E é respeitar a minha liberdade de não me sentir obrigada a me preocupar com tudo ao meu redor. 

A vida da gente já é tão atribulada... Não é?! Temos as nossas próprias cargas!

Com o passar dos anos eu percebi que quanto menos a gente se envolve nos problemas pessoais que não são nossos... Quanto menos a gente fala de coisas negativas e tristezas, mais paz a gente tem e mais paz a gente transmite também. 

Embora a gente esteja nesse mundo para ajudar um ao outro e fazer o bem, não significa que a gente tem que sair por ai juntando todo o lixo emocional de toda pessoa que está ao nosso redor. É claro que a gente pode e deve ajudar quando NECESSÁRIO. É claro que a gente tem que estender a mão. É claro que a gente não vai negar um par de ouvidos. É claro que a gente ama pessoas.

Mas os nossos AMIGOS vão falar quando sentirem vontade de falar, nossa família também, e nós também vamos falar quando quisermos falar.

Descobri que quando você NÃO pergunta sobre as tristezas das pessoas, e você sorri, conversa com elas sobre outras coisas, de alguma forma você já está ajudando essa pessoa. Quando você apenas fala sobre qualquer assunto que não seja triste, de alguma maneira você já está ajudando essa pessoa. Não é a opinião ou a curiosidade de querer saber como tá a vida sentimental do outro que vai tornar o mundo melhor.

E sabe... A gente cresce muito mais quando tem que lidar com os próprios "monstros" e "decepções". 
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Hoje eu tenho uma relação muito tranquila com meus amigos. Uma relação que só a maturidade permite. Uma relação de pés no chão. Sabemos que amizade não é conto de fadas. Temos opiniões diferentes. Às vezes passamos um tempo sem conversar tanto. Respeitamos os espaços uns dos outros. Ouvimos quando temos que ouvir. Quase não falamos das nossas vidas sentimentais (gente grande se resolve né). E quando a gente precisa de ajuda ou sente falta, a gente se junta para rir e falar bobagens. Tem coisa melhor?

Eu tenho me afastado de gente negativa. De gente que vive fazendo rolo. De gente que tá sempre falando da vida alheia. De gente que vive contando fofoca aqui e lá. De gente que tá sempre para baixo. De gente que critica o mundo, mas não olha para a própria vida. De gente que pratica o "leva e traz". E quando alguém faz algum comentário maldoso... só ouço e ignoro! 

Prefiro gente grande! Gente que fala de amor. Gente que fala de paz. Gente que conta histórias boas de ouvir. Prefiro gente que tem papo inteligente. Gente que se preocupa mais em melhorar a si mesmo. Gente que se preocupa com os outros, mas respeita o espaço de cada um. Gente com bom senso!

É essa gente que vale a pena ter por perto!!

FIM

27/10/2017
Carol Brunel

Criciúma/SC

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

RECICLE-SE!!!

<<[ALERTA TEXTÃO]>>

Eu sempre fico um pouco nostálgica e muito reflexiva antes do meu aniversário... E estava aqui pensando sobre algo que eu li uma vez com relação ao mundo “descartável”. Resolvi escrever minha ideia e compartilhar.
Sabe... esse mundo tá muito louco! Descarta-se tudo! E eu não estou falando só dos plásticos, estou falando de oportunidades, relações, pessoas. E se faz isso com a mesma velocidade com a qual a gente compra um chiclete no bar da esquina.

Hoje qualquer motivo é motivo para “chutar o pau da barraca” e se contentar com um “segue o baile”, um “não era pra ser”, ou um “não deu certo”. E em tudo é assim... a gente desiste! Por que é muito mais fácil achar uma desculpa do que fazer dar certo. Fazer dar certo dá trabalho né? Ter que ceder aqui e ali, mudar um jeitinho ali e acolá, engolir um “sapo” volta e meia. “Não!! Deus me livre, eu não vou tolerar nada”. Pois é... É mais fácil permanecer na nossa zona de conforto e comodismo, achando que somos perfeitos, esperando pelas oportunidades e pessoas perfeitas. Mas meu amigo, isso não existe!!

...No primeiro desentendimento vem uma enxurrada de negatividades. Na briga dizer: “é melhor cada um seguir para o seu lado”. Como se todo mundo fosse assim né?! Como se nada tivesse importância. Como se as pessoas fossem tão descartáveis quanto o lixo que a gente descarta todo dia. Sem contar as pessoas que ao invés de ajudar criam ainda mais barreiras. Que quando as suas não vidas não deram certo, ficam torcendo para que a vida do outro também não dê. Gente que ao invés de plantar amor, planta discórdia (mas isso é tema para um outro texto).

Narcisistas! Só por que nos falaram de amor próprio (e ele é importante), achamos que não precisamos amar ninguém mais. Batalha de egos. Orgulho. Ganância. A busca pelos bens materiais... E assim e constrói um mundo de almas vazias.  Um mundo de “stories” cheias e corações ocos. Um mundo que não olha para o lado, não estende a mão.

O que dá um ar de esperança (de que ainda podemos salvar o mundo), é ver que ainda tem gente que pensa diferente. Gente que recicla, não só o lixo que é tão importante para nosso planeta, mas também recicla a si mesmo. Recicla as ideias. Recicla as oportunidades, as relações, a vida.

Essa gente que recicla por que aprendeu a importância de evoluir. Essa gente que recicla por que entendeu que nada vai ser sempre do jeito que a gente espera, mas que, com jeitinho a gente constrói. Essa gente que aprendeu que a gente pode consertar antes de descartar. Essa gente que se recicla por que sabe que nós também precisamos melhorar, para nós mesmos e para o mundo. Essa gente que acorda e diz “hoje eu vou ser melhor do que fui ontem”. É essa gente que tá fazendo diferença nesse mundo. É essa gente que ainda consegue espalhar um pouco de amor, ser amor, deixar o amor entrar pelas veias e encher o peito. Transbordar!

Construir é difícil... É mais difícil do que desistir. Por que construir exige esforço, tem que pensar, tem ser criativo, tem que querer... mas a gente não quer se esforçar. Por isso a gente acaba sempre indo pelo lado mais fácil. Reciclar é mais difícil do que descartar. Para reciclar a gente tem que juntar todo o lixo, fazer a triagem do que serve e do que não serve, processar o material e mais uma série de coisas. Por isso dizer eu “não consigo” é uma saída para tudo. Reclamar é mais fácil.

Nesse mundo, onde a gente olha para o espelho e vê apenas um corpo, tá difícil de encontrar quem ainda enxergue almas. Almas imperfeitas é claro, mas sobretudo dispostas. Dispostas a reciclar a vida. Reciclar para que a gente tenha um mundo melhor, reciclar para que as crianças tenham um futuro melhor. Reciclar por que a gente sabe que nada vai ser perfeito, mas que fazendo a nossa parte, tudo pode ser diferente.  

Hoje, faltando praticamente dois dias para eu completar mais uma primavera, o que eu desejo para o mundo, para quem parou para ler essas palavras, para quem leu e não gostou, para quem leu e ficou intrigado... e até para quem leu e achou que é bobagem minha... é que a gente possa SE reciclar e reciclar!

FIM

Carol Brunel
06/10/2017