domingo, 5 de abril de 2020

Tempos pesados

Tempos pesados esses. E nós que começamos 2020 achando que seria melhor que 2019. Não esperávamos que tanta coisa aconteceria em tão pouco tempo. Talvez depois que isso tudo passar a gente saia mais forte, com boas lições e com mais humanidade. Quem sabe a gente entenda que nem todo o dinheiro do mundo é capaz de salvar uma vida. Quem sabe a gente entenda que o ódio não leva a lugar nenhum. 
Vejo tanta gente presa no “campo material”. Tanta gente presa em situações de vida, já desgastadas. Reféns do medo. Medo de viver. Enquanto isso a vida vai passando. Os dias vão embora. Dia após dia. E tem tanta gente vivendo uma vida vazia. Solitários. Achando que solidão é melhor que companhia. Mas acontece que a gente não nasceu para ser só. Se fosse para vivermos solitários, nem precisávamos existir. Não precisaríamos de amigos e nem de amor. 
Eu sei, eu sei... todo aquele papo de “amor próprio” e de gostar da própria companhia. Não é disso que eu estou falando. Estou falando de compartilhar a companhia, ao invés de ficar vendo dias, semanas, meses, anos passando... 
Enquanto nossa vida vai se tornando refém do tempo, da solidão e daquilo que insistimos em viver, simplesmente porque nós mesmos estabelecemos um padrão para nossas vidas e acabamos não aceitando nada que seja diferente daquilo que a gente “meteu na cabeça”.
Já dizia aquela canção “há tanta vida lá fora”. 
Quem sabe quando a vida voltar a “normalidade”, quando a gente conseguir se restabelecer (digo o planeta todo – economicamente)... a gente consiga ver a vida com outros olhos. Quem sabe a gente tenha mais força, mais amor, mais certezas do que dúvidas. Quem sabe a gente finalmente descubra o poder das presenças físicas. Quem sabe a gente perceba o amor que estava ali ao nosso lado, o tempo todo, mas a gente não enxergava porque insistia em olhar para outro lado. 
Quem sabe a gente perceba que ter alguém materializando a vida é legal. Mas ter alguém que vive muito mais do que “ter” ... é mais legal ainda. 
Tempos pesados esses. Mas como tudo na vida. Toda dor. Toda tristeza. Todo mal. Vai passar! Vai passar. E eu espero, que a gente possa enxergar!
FIM
Carol Brunel
05/04/2020

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