terça-feira, 12 de setembro de 2017

É um sonho?

Era um dia nublado. Tudo estava tão sombrio. Ruas desertas. As pessoas estavam assustadas com a notícia sobre a dupla de atiradores. Um homem e uma mulher que estavam pela cidade matando todo mundo com suas armas de fogo. A cidade não me era familiar, tinha ruas largas e uma aparência de cidade antiga. Eu estava em uma casa também antiga, de janelas grandes de madeira de lei na cor marrom, vidros grandes e algumas frestas que nos permitiam enxergar a rua.

Ninguém andava pelas ruas, exceto algumas pessoas que ainda não sabiam da notícia. A maioria estava trancada em suas casas e seus estabelecimentos comerciais. Eu, ali, naquela casa desconhecida, com pessoas estranhas que me pareciam ao mesmo tempo intimas. Conhecia apenas uma pessoa, uma amiga.

Começamos a espiar pela janela, quando vimos o homem alto, de pele morena, barba, vestindo calça jeans e uma jaqueta desbotada, ele foi se aproximando de uma moradora de rua que estava sentada na calçada, falou algo e a matou com tiros. A sensação era horrível. E assim foi por horas. O medo e a angustia de ver aquele homem assassinando pessoas, sabendo que em outro canto da cidade a mulher que o acompanhava fazia o mesmo. Não tínhamos celulares e tão pouco podíamos fazer barulho. Todos estavam em silêncio, com medo do que poderia acontecer.

Anos se passaram, o homem e a mulher já haviam sido presos. Eu e minha amiga fomos correr uma maratona muito incomum, que iniciava com uma corrida dentro da água. A segunda etapa era uma subida de escadarias em um prédio antigo. Tão logo começamos a subir as escadas minha colega disparou na frente e quando já estava alguns andares acima de mim, escutei passos na escada, era o homem, ele havia fugido, comecei a descer rapidamente as escadas avisando os outros participantes.

Eu não queria morrer, corri desesperadamente para fora do prédio e já podia ouvir os tiros e sabia que mais pessoas estavam mortas. Pensei na minha amiga, mas eu não podia voltar para ajudá-la e só rezei para que ela pudesse fugir. Avistei um matagal e comecei a correr em sua direção. Anoiteceu, eu estava embrenhada no mato onde eu não podia enxergar nada a minha frente. Sentei atrás de umas moitas altas e fiquei por ali a noite toda, pensava em como eu queria sobreviver. Nos primeiros indícios do amanhecer surgiu um senhor, um velho sábio, que sentou-se ao meu lado e me falou que o homem havia sido morto pela polícia e que agora o pesadelo tinha chego ao final.

O velho sábio tinha uma aparência agradável e começou a me falar sobre a vida, quando por fim, meu despertador tocou e eu acordei. Era um sonho! Apenas um sonho. Um sonho um tanto maluco. Que me fez acordar exausta. E por incrível que pareça eu não assisti, não pensei e não vi nada do tipo para ter sonhado isso. Eu não sei o que o velho sábio queria me falar, tão pouco sei o que aconteceu com a amiga que me acompanhava nessa maratona, mas eu espero que ele tenha vindo me trazer notícias de boas e que minha amiga tenha ficado bem.

FIM

Carol Brunel
12/09/2017

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