segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A metáfora do beija-flor

De flor em flor, beija-flor voou.
Batendo apressadamente suas asas.
Foi em busca da doçura que não encontrava.
Na verdade o pequeno beija-flor não sabia...
Que a doçura estava lá, onde não procurava.
Mas o beija-flor não repousava...
Incessante continuava batendo suas asas.
Impaciente e sedento de algo que já não lhe pertencia. 
...E assim não era capaz de provar da doçura de outra flor.
De repente tudo era amargo,
pois o pequeno beija-flor carregava venenos.
Venenos que sugava de ervas daninhas e flores artificiais.
Venenos que diariamente alimentava. 
E voando sem direção o beija-flor não entendeu.
Que para provar da doçura era preciso mergulhar.
O tempo passou e o beija-flor ficou só.
Experimentando do vazio de uma flor que já havia secado,
Mas que o beija-flor por teimosia insistia em 'beber'.
E mesmo rodeado de gente que o admirava,
Gente que contemplava suas cores azuladas,
O beija-flor não encontrou o verdadeiro sentido do amor,
Pois vivia seus dias a esperar pela flor seca, 
que já não tinha mais o que lhe dar. 
Enquanto a outra flor morreu de tanto esperar...
Que um dia talvez, o pequeno beija-flor pudesse lhe amar!

FIM

Carol Brunel

14/09/2015
Criciúma/SC

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