quarta-feira, 1 de abril de 2015

Um herói e Um vilão...

“Enquanto humanos... Somos todos muito semelhantes, o que leva a concluir que nada do que aconteça a qualquer pessoa, por mais distante ou estranha a mim que ela seja, deve ser sentido como se a mim próprio acontecesse, pois estamos todos irmanados pelo puro e simples fato de pertencermos à espécie humana. 

A consequência natural dessa conclusão é o despertar de uma compaixão natural por todas as pessoas. A segunda perspectiva me parece não menos interessante e merecedora de consideração. Trata-se da constatação de que, sendo humano, nada do que aconteça a qualquer ser humano deve me surpreender, pois o mesmo poderia perfeitamente suceder a mim próprio. 

Refiro-me a atos porventura cometidos. Quanto a isso, nunca poderemos ter certeza absoluta de que, dadas determinadas circunstâncias oportunas e necessárias, não fosse qualquer um de nós capaz de cometer atos desde os mais heroicos até os mais vis e deploráveis. Em cada um de nós habita, simultaneamente, um herói e um vilão, ambos prontos para entrar em ação tão logo as circunstâncias o exijam. Ninguém se ostente de ter controle absoluto sobre si mesmo e seus atos. 

Com isso não estou querendo dizer que certo autocontrole não seja não somente possível quanto necessário, do contrário não poderíamos viver em grupo. É a repressão e o controle de uma boa quantidade de impulsos nem sempre os mais elogiáveis que sustentam a possibilidade de vida em sociedade. Entretanto, nem por isso podemos esquecer que o vilão está sempre à espreita” 



POR: VASCO ARRUDA -  PSICÓLOGO – PROFESSOR DE HISTÓRIA DA RELIGIÃO E PSICOLOGIA




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