Não sei se é assim com vocês. Mas, acho os dias nublados tão melancólicos.
Entretanto por um lado, esses dias “cinza” e chuvosos são ótimos para uma boa reflexão.
Ok! São bons também para pipoca, chocolate, filme e cama (se for acompanhado (a) melhor ainda).
Geralmente escrevo pensamentos, idéias, opiniões. Muitas vezes o que escrevo é incompreensível para quem lê. Até porque nem sempre o que está escrito é o que realmente eu quis dizer. Mas isso é o mais divertido. É deixar no ar para que cada um pense o que quiser. É como ler um livro, cada um interpreta do seu jeito, cada um visualiza as cenas do seu jeito. Afinal, somos seres únicos e distintos.
Penso que essa seja a essência da vida, o que a torna tão interessante.
Imagina se fossemos todos iguais? Que chatice seria!
Às vezes sinto saudades de coisas que passaram. De momentos que vivi e foram bons.
As lembranças parecem “flash’s” que vem sem eu pedir.
Tem horas que gostaria de voltar a ser criança, embora utópico.
Acredito que somos tão mais livres quando crianças. Não temos responsabilidades, não temos preocupações. Não nos preocupamos com o amanha, não temos contas a pagar, e nem problemas a serem enfrentados. Tendo como única responsabilidade ir para escola e fazer as tarefas.
Dizem que a melhor fase da vida é sempre a que estamos vivendo, para mim, porém, a infância foi mágica.
Apenas brincar, um livre e simples brincar de viver, sem pensar no futuro, sem imaginar o amanha.
Viver num mundo de fantasias, de personagens inventados, de histórias fictícias.
É eu quero voltar a ter medo do bicho-papão, do lobo-mau, da bruxa malvada e não das coisas que me afligem hoje nesse mundo sádico.
Quero voltar a dormir cansada de tanto brincar e acordar no dia seguinte com uma energia sem igual. Quero acordar tarde, assistir desenho animado, falar errado, rir alto, fazer bagunça e tirar meleca do nariz sem ninguém se importar com isso.
Ser feliz mesmo tendo pouco, fazer amigos sem saber seus nomes, por desconhecer o preconceito.
Esperar horas na fila (sem reclamar) para assistir um show de circo, ou um filme dos trapalhões no cinema.
Brincar até cansar, correr descalça na grama, se sujar na lama.
Andar na chuva com bota sete léguas pisando nas poças. Subir em arvores, andar nos muros, tomar banho de mangueira nos dias de calor. Brincar de pegar, esconder, amarelinha. Montar cabanas, andar no banhado, caçar girino, estilingue, taco, futebol na quadra aos domingos. Passar a tarde comendo frutas do pomar. Algodão doce, pipoca, balas e guloseimas. Bicicleta, patins e vôlei...
O mundo aos olhos de uma criança é simples.
Com certeza você já viu o mundo pelos olhos de uma criança. Afinal, já foi criança.
O problema é que quando ficamos adultos nos tornamos chatos e esquecemos a criança que existia dentro de nós. Vivemos então, complicando tudo. Inventamos problemas. Reclamamos sem parar da vida. Perdemos a sinceridade, a paciência, o espírito de perdão e a esperança. Deixamos de acreditar que tudo é possível.
Tornamos-nos egoístas, hipócritas e negativos. Somos um Pé no saco!
Essa foi à reflexão do dia cinza, vendo a chuva cair lá fora, enquanto ao som de coldplay, deixei a mente me levar ao passado. E lá chegando percebi que não posso, não devo e nem quero deixar a criança que existe em mim “morrer”.
Aliás, creio que por isso tantas vezes sou incompreendida, porque ainda sou uma criança. Sim! Uma criança grande, com responsabilidades e barreiras a serem enfrentadas, mas uma criança. Eu ainda brinco, falo alto, morro de rir, faço bagunça, falo bobagens e até subo em árvores quando tenho vontade.
E com esse pensamento de Maria Loussa, concluo esse texto:
“Voltar a ser criança é acreditar no que vai acontecer, pois a esperança é uma constante companheira de viagem e que está na bagagem de qualquer sonhador”.
FIM
Carol Brunel
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