quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Falando com o vazio

E eu?
Eu fico aqui. Falando com o vazio. 
Com o silêncio, com a minha dor. 
De frente com a própria solidão. 
Enquanto a chuva cai lá fora, 
batendo na minha janela, 
Como lágrimas que molham o chão. 
...O rosto, a pele, o travesseiro. 
Sem forças. Sem horizonte. 
Sem esperanças. Sem ilusão. 
A alma chora em silêncio. 
Enquanto tudo é escuridão. 
Fazendo da dor uma poesia.
No enterro da alegria.
Todo artista é no fim solitário. 
Todo poeta é triste, 
já dizia o “poeta”.  
Todo poeta tem o peito rasgado.
E sempre fala com emoção.
Da dor ou da felicidade. 
Todo poeta fala com o vazio. 
Sem piedade, sem redenção.


Fim 
Carol Brunel 




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