sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Todos os dias.

 

Todos os dias, ao acordar, aquela moça sorria. Todos os dias!

Era sempre o primeiro pensamento do dia, também era o último ao adormecer.

Todos os dias, andava por aí a moça a sorrir.

Brilhando de alegria pela força do seu sentir. Exalando felicidade. Todos os dias!

Sonhava com o que havia de vir. Mas havia é pretérito.

Pretérito imperfeito do indicativo.

Mesmo assim, a moça acreditava na força do universo, imaginava que seria feliz.

Todos os dias, o desejo da moça era ingênuo: ser feliz.

Ver um mundo de cores, abraços, trocas singelas de momentos felizes.

Ansiava ela por algo que não é fácil: viver com leveza. Todos os dias!

Os dias são pesados, a vida é pesada e se a gente não for leve... desmorona.

Aquela moça sabia disso...

E todos os dias antes de dormir a moça ficava a imaginar como seria o futuro.

Fazia planos, olhava a vida lá fora com esperança e amor. Todos os dias!

Esperava ansiosamente pelas horas, por aqueles pequenos tempos de felicidade.

Sabia ela, que felicidade não é constate, mas que momentos felizes mudam a vida.

Acreditava na sorte...Acreditava! Todos os dias!

Um dia a moça, com suas dores, seus defeitos, sua condição humana... descobriu...

Nem tudo dependia dela, nem tudo estaria ao seu alcance.

Todos os dias ela passou a perceber que por mais que quisesse...

Não tem o controle sobre o que os outros pensam e fazem. 

Sobre como agem. Sobre o que esperam. Sobre suas interpretações. 

E nem todo mundo quer passar pelos dias ruins.

Haveria, por vezes, escuridões em seu mundo de cores e esperanças.

E todos os dias há quem pula do barco em toda ondulação.

Aquela moça, insegura como menina abandonada e forte como furacão...

Descobriu que tudo pode mudar em um piscar de olhos. Todos os dias!

Nessa vida, nem todo mundo está preparado para encarar as oscilações.

Os abalos, os desencontros de ideias, as turbulências da vida. 

Por isso há quem prefere se evadir na primeira sacudida.

Aquela moça também sabia disso. Todos os dias!

A pobre moça que sorria ao acordar, outrora voltará a sorrir. 

E mesmo quando tudo desencontrar, ela vai se encontrar dentro de si.

Ela é fênix! Ela acredita na sorte, no amor, na felicidade leve...

Todos os dias!


FIM

CAROL BRUNEL

12/09/2025

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Quase primavera...

 
As flores refletem cores.
Que inspiram poesias.
Que trazem alegrias.
O sol traz consigo energia.
A luz que brilha e irradia.
Mas também nos dias cinzas,
Há algo de extraordinário.
Chamo de paz, melancolia.
A melancolia traz reflexão.
Reflexão diminui a euforia.
Põe nossos pés no chão.
E acalma o coração.
Coração calmo, sente amor.
Amor combina com calmaria.
Dias cinzas combinam com abraços.
Colo, luz de velas, harmonia.
E tudo o que eu faria...
Enquanto o amor pulsa.
No prazer desse dia.
 
Fim
Carol Brunel