quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Minha janela favorita!

 Eu não sou uma pessoa que vive de passado. Mas eu sou uma pessoa que compreende o passado. Que entende que ele existiu e dentro dele teve muita coisa, muita gente, muita confusão, muitos mundos, muita alegria, muita tristeza... muitos momentos. E quando vem a nostalgia eu nunca impeço ela de percorrer meu corpo, minha alma, meu coração.

Eu não gostaria de viver no mesmo lugar, nem de voltar aos mesmos espaços, mas talvez eu viveria de novo muitas histórias (outras não).

Em dias chuvosos tem uma “cena” que sempre vem na minha mente... é que quando olho a chuva caindo eu sempre lembro da minha “solitude”. Sentada na janela que dava para o quintal, nas minhas tardes solitárias, olhando a chuva cair, as poças na grama... enquanto ouvia minhas canções e escrevia minhas emoções.


Acho que eu descobri naquela época (adolescência) meu jeito próprio de externar, de me demonstrar, de construir meus mundos... enquanto minha mente devaneava criando muitos universos, saindo de trás dos muros que eu mesmas construía para me blindar. 

Talvez essa seja a nostalgia mais bonita e forte que eu tenha daquela época. Porque eram momentos em que eu era “eu”... eu comigo mesma, eu e meus milhares de medos, pensamentos, perguntas... Eu inteira, sonhadora, apaixonada pela vida.

Se eu pudesse eu enquadrava aquela janela, só para eu lembrar do quanto eu fui intensa e profunda sentada no balcão, olhando através dela.


Fim

Carol Brunel

30/11/2022

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