terça-feira, 25 de outubro de 2011

Saudades de mim

Tudo parecia tão mais fácil, quando eu brincava no quintal.
Quando eu sentava na árvore para ficar olhando o pôr-do-sol.
Quando eu ainda conseguia ver as estrelas, hoje quase invisíveis nessa selva de pedras.

Tudo parecia mais simples quando eu podia fantasiar a vontade.
Quando eu podia falar sem preocupação.
Hoje tenho que calar para não ser má interpretada.
Lá nos meus devaneios a vida sempre foi mais gostosa.

Tudo parecia mais intenso quando eu tinha meus quinze e dezoito anos.
Envelhecer é um saco. A gente fica rabugento, cheio de manias e de restrições.
Não se permite, não se entrega, pensa demais.

Tudo era mais bonito, quando eu respirava poesia, noite e dia.
Quando eu ficava andando sem rumo nos domingos à tarde.
Quando a minha bicicleta me levava aonde eu quisesse ir e sem gastar combustível.

Tudo parecia mais gostoso quando eu corria descalço na grama.
Jogava bola descalço na quadra de concreto e brincava até o anoitecer.
Mas, como faz parte da vida, eu tive que crescer, aprender, amadurecer.

Tudo era mais fácil quando ninguém sabia dos meus segredos, dos meus sonhos, dos meus anseios. Tudo era mais belo quando o céu ficava vermelho e os pássaros voavam sobre a brisa de um fim de tarde primaveril e eu estava ali admirando e sentindo.
Quando eu podia pegar meu caderno e escrever minhas loucuras de paixão.
Meus sentimentos secretos, minhas fantasias mais absurdas.

Tudo era tão mágico, quando eu sentava na praia nos finais de tarde...
Só para ouvir o barulho do mar e o som das minhas músicas favoritas. Ali, sozinha eu ficava sentindo a vida e flutuando nos meus pensamentos.
Acho que preciso de mais momentos só meus. To sentindo falta de mim.

Uau! Que incrível...

Acabei de descobrir que estou com saudades de mim. Saudades de mim!

By: Carol Brunel

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