É claro que eu queria que tudo fosse diferente. É claro que eu queria que as coisas fluíssem da melhor maneira possível, que fosse fácil, que tudo tivesse dado certo, que todas as coisas fossem do jeito que eu esperava.
Mas a vida não funciona assim não é? Precisamos passar por adversidades para chegar onde queremos. Precisamos experimentar as dificuldades para ter certeza do êxito. Nem saberíamos o que é felicidade, se não provássemos a tristeza. Nem saberíamos o que é calmaria se não passássemos pelo caos. A vida é uma montanha-russa de emoções. E a gente está ali, subindo e descendo, e temos que aprender a respirar nas quedas, para suspirar quando estivermos lá no alto.
É claro que eu não queria sentir medo, angústia, aflição, insegurança.
Mas sou tão imperfeita quanto quem lê essas palavras. Somos todos imperfeitos, muitas vezes achando que somos evoluídos o bastante; enquanto ainda carregamos conosco muitas crenças limitantes, muitas ideias de felicidade e sucesso plantadas pela sociedade, muita doutrina disfarçada de "só isso vai te fazer feliz".
Acabamos, muitas vezes, nos perdendo diante de tantas coisas que consumimos, nas redes sociais, nos círculos sociais, naquilo que assistimos na TV. Associamos felicidade a uma vida perfeita que nem se quer existe. Associamos felicidade aquilo que vemos no mundo externo.
Quando no fundo a felicidade está naquilo que ninguém vê. Às vezes, na simplicidade de uma boa conversa fora dos holofotes, no abraço, no carinho, ou em coisas que muitas coisas que nem conseguimos descrever.
É claro que eu queria que tudo fossem flores. Acordar todo dia cheia de certezas, acordar todo dia segura, acordar todo dia plena e sem defeitos. Mas que ousadia da minha parte não?
Tão utópico pensar tudo poderia ser perfeito.
Mas é claro que eu gostaria de acertar mais do que errei. Que eu gostaria de ter tido mais coragem do que medo. Que eu gostaria de ouvir mais meu coração do que minha razão, tantas vezes sabotadora.
No fundo, temos crenças que são ótimas, que nos fazem crescer, que nos impulsionam, mas também temos crenças limitantes (falo de mim também).
Outro dia li um texto de uma psicóloga que dizia:
"Crenças são generalizações que construímos ao longo da vida; tornam-se nossos princípios orientadores e, a partir delas, passamos a agir como se fossem verdades absolutas e, de fato, são verdades para nós.
Nossas crenças se enraízam tão profundamente que passamos a defendê-las mentalmente e, muitas vezes de forma inconsciente, buscamos provas que confirmem que estamos certos, que aquilo é realmente verdade. Mesmo quando uma crença é limitante, tendemos a nos apegar a ela. Quando alguém nos apresenta uma ideia contrária, podemos reagir internamente — e até sentir raiva. Curiosamente, ao tentar convencer alguém do oposto daquilo em que ela acredita, é comum que a pessoa reaja com resistência e se apegue ainda mais à sua crença."
No fim, somos mestres de auto sabotagem.
É claro que eu queria dormir e acordar amanhã com o coração transbordando de alegria. Com aquela emoção única enchendo minha alma de vida. Com aquela energia mágica tocando cada parte de mim. É claro que eu queria...
Mas nem tudo é como a gente quer... seria muito louco se fosse, não é?
FIM
CAROL BRUNEL
16/06/2025
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