terça-feira, 17 de junho de 2025

Julgamentos!

Hoje não tinha intenção de escrever, mas me deparei com essa imagem e fiquei pensativa a respeito de algumas coisas...



É sobre isso. Como diria Clarice Lispector:

 "Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter, calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri. Viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e minhas alegrias. Percorra os anos que eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz. E então, só aí poderá julgar. Cada um tem a sua própria história. Não compare a sua vida com a dos outros. Você não sabe como foi o caminho que eles tiveram que trilhar na vida".

Há pessoas que vivem acreditando que estão sempre certas. Que só o seu ponto de vista importa, que só o seu jeito de viver é o correto, que sabem mais do que todo mundo e que tudo o que foge do seu controle está automaticamente errado.

É tanta soberba que esses se tornam incapazes de reconhecer que há muita gente tão boa quanto — ou até melhor — em diversas coisas.

Há pessoas que são estúpidas e irônicas… e ainda assim esperam receber o melhor dos outros... amor, elogios, atenção, carinho e comprometimento. Não parece contraditório? Quem planta frieza e arrogância, não vai colher amor e gentileza. Nem aqui, nem na China, como diz o ditado. No mínimo, vai colher de volta o que oferece.

Quem planta raiva não colhe paz em lugar nenhum do mundo.

Mas isso não é algo que se ensina. Aprende quem quer, e sempre vai ter gente que vai passar a vida sem aprender.

Eu aprendi muito com os meus erros e continuo aprendendo. Já tomei muita porrada da vida, conheci muita gente idiota… e tenho certeza de que todas essas pessoas, em algum momento, sentiram na pele. Assim como eu também já me ferrei pelas minhas idiotices ou más escolhas. Já fiz muita coisa ruim, já pisei na bola, já tive ações e reações ruins. E já tomei paulada de volta. Não estou passando pano para mim, pois eu sou humana.

Não me acho evoluída o bastante, nem digna de julgar, nem digna de apontar os defeitos dos outros... Pois sei que ainda estou aprendendo, SEMPRE!

Mas há muitas pessoas que se acham evoluídas demais, como se já tivessem atingido algum nível superior de consciência, acreditando que tudo o que pensam é genial e tudo o que fazem é perfeito.

Mas a verdade é que, mais cedo ou mais tarde, a vida dá um jeito de revelar essas pessoas. Elas não conseguem se esconder por muito tempo atrás da mascara de "sou perfeito". Por trás de palavras bonitas, da pose de sabedoria, da arrogância em julgar os outros como se fossem melhores.

E quando alguém está sofrendo por uma pessoa assim, o universo sempre dá um jeito de mostrar a verdadeira face de quem julga, de quem trata com desdém a tristeza do outro. E normalmente esse é o combustível para uma volta por cima, para que você se levante, recolha os seus cacos e siga de cabeça erguida; com orgulho. Pois você fez o melhor que pode, dentro de um cenário de abusos, ironia, desprezo, ofensas, acusações.

Deixa o povo dos achismos continuar achando, continuar julgando, continuar fazendo o que faz de melhor: acusar os outros para se sentir melhor.

Quem sabe um dia a vida ensina... E quase nunca é pelo caminho mais leve.

Afinal...

"Gente grande de verdade sabe que é pequeno e, por isso, cresce. Gente muito pequena acha que já é grande e o único modo de ela crescer é rebaixando os outros." - Mário Sérgio Cortella

Fim
Carol Brunel

sábado, 14 de junho de 2025

Tentar

… Um dia coloquei tocar a canção mais triste que podia existir. Ouvindo repetidamente chorei todas as lágrimas que podia no momento. 

Dentro de mim mora alegria, mas também melancolia. 
Há dias em que mora a tristeza. Não sou sempre feliz como pareço, não sou bem resolvida com meus medos e traumas como gostaria de ser. 

Às vezes, sou pedaços espalhados pelo chão, sou uma alma tentando se encontrar. 

Agora eu queria lutar… Mas como posso te dizer que eu queria lutar?! Se não há nada mais que eu possa fazer, se não há nada mais… nada mais…. 

Sou uma poeta de alegrias e tristezas. De devaneios, de amor e desamor. De luz e escuridão. Como todo poeta incompreendido, com a mente borbulhante. Como todo poeta, um ser misterioso, que no fundo apenas quer se encontrar.

Tenho que me levantar, tenho que me acostumar com o vazio. Mesmo quando eu queria gritar. Implorar. Mesmo quando eu queria correr na direção do coração. Mesmo quando eu queria interceder ao universo. 

Há vazios que não cabem em palavras. Escuridões que não cabem frases. Entendimentos que não são comuns. 

O que fazer? O que pensar? Para onde ir? 

Eu queria falar de amor, escrever o amor, eu queria gritar para o mundo todo ouvir. Eu queria ser mais feliz do que a minha própria superficialidade permite. Eu queria ter coragem… sempre que me sinto covarde. 

Mas sucumbo as minhas dúvidas, aos meus medos, as minhas inseguranças. E nem sempre eu caminho do jeito que gostaria, eu sei que todo mundo tem problemas, que todo mundo pisa em falso, que todo mundo erra, eu sei. 

Eu sei que somos imperfeitos tentando ser melhores. 
Tentando ser felizes. Tentando esquecer. Tentando acertar. 
Tentando… 

Tentar! Talvez a palavra seja essa: tentar! 

Fim 
Carol Brunel 


quinta-feira, 12 de junho de 2025

Algumas histórias

Algumas histórias são eternas na memória. 
São eternas no coração. Todo mundo tem suas estórias favoritas, suas lembranças mais bonitas. Aquela história que vai te fazer sorrir para sempre, e suspirar na alma. 

Mas algumas coisas precisam ficar para trás….

Às vezes, mesmo sem querer, mesmo sem entender, precisamos virar as páginas, mudar de história, começar um livro novo novo. Seguir em frente. 
Mesmo quando ainda temos aquela “ressaca literária” do livro antigo (isso não é sobre livros)… 

Precisamos mudar o disco, ouvir outra canção. Pois algumas histórias, por mais intensas e bonitas, não foram feitas para durar — foram feitas para ensinar.

> somos distintos < 

 Cada pessoa sente o amor de um jeito. 
Ama como aprendeu, como pode, como consegue.
Tem gente que ama em silêncio. Tem gente que transborda. Tem quem demonstre com palavras, outros com gestos. Mas ninguém pode ficar onde não se sente amado, seguro e emocionalmente acolhido. 

Entendi que o amor tem que ser intenso, 
mas ele tem que te trazer mais paz do que caos. 

O amor nunca é igual — e talvez nem deva ser.

Porque cada história carrega dois mundos diferentes tentando se encontrar no meio do caminho.
Com passados distintos, medos, traumas, jeitos de cuidar e de se proteger. Às vezes, o que é suficiente pra um, 
não parece suficiente pro outro.

Amar, no fundo, também é aprender. 
Aprender a ouvir, a traduzir o outro sem perder a si mesmo. Respeitar as diferenças. 
É negociar vontades, respeitar limites, entender que nem tudo vai acontecer no seu tempo, do seu jeito. Mas que com paciência, respeito, construção, pode funcionar..

E ainda assim, às vezes, mesmo com amor, não dá certo.
Porque amar também é reconhecer quando dois corações não estão prontos pra bater no mesmo ritmo.
E isso não invalida o que foi vivido. Só mostra que o amor, por mais bonito que seja, precisa ser possível.

E tudo bem.
Porque cada um ama de um jeito,
e nem sempre os jeitos combinam.
Mas o amor — ah, o amor — sempre ensina.

Nem toda música é feliz. 
Hoje é triste. Amanhã é feliz. 
Nem todo dia é feliz. 
Hoje é triste, amanhã não. 
Um dia dói, no outro não. 
Um dia passa. 
Renasce. Renova. 
Transborda outra vez a alma. 
Porque ninguém é triste para sempre. 
E nem é sempre feliz. 
O sol brilha de novo. 
Depois da chuva e do frio. 
E de mim… em mim, 
eu sei o que faz morada…
Sei onde estou, o que desejo. 
De mim, sei o que sinto. 
Sei o que mereço. 
Também quero imensidão. 
Também quero final feliz. 
Ou vida feliz, que é melhor. 
Hei de ter.. 

Fim 
Carol Brunel