domingo, 26 de abril de 2020

Um brinde ao acaso

Li uma frase qualquer dessas que a gente vê nas redes sociais... e fiquei aqui pensando com meus botões...
Quanto estamos dispostos para se sentir feliz de verdade? 
Estou falando de felicidade real. Não dessa felicidade superficial que fazem a gente acreditar que é felicidade. Estou falando da felicidade que toca a sua alma, que faz o seu coração vibrar, que faz você sorrir pelos motivos mais bobos, que faz você sentir vontade de viver de verdade. Tudo bem, eu sei que a vida não é um mar de felicidade. Que momentos ruins existem. Que “a felicidade é um sentimento simples, e que a gente pode encontrar e deixar passar por não perceber sua simplicidade”. Mas que existem caminhos onde a gente se sente mais feliz, isso não se pode negar.  
Felicidade é paz. É sintonia. É amor. É carinho. É alma. É conexão. É coração. Felicidade é um olhar nos olhos. É um toque que acalma. É alento.  
Quantas vezes nos acostumamos a viver algo e achamos que aquilo/isso é felicidade? Quantas vezes passamos dias, meses, anos... esperando o dia “da felicidade” chegar? Aquela idealização que fizemos de uma vida...
Quantos de nós estão sentados na zona do medo. Paralisados no tempo... esperando pelo momento ideal... vendo a vida passar lá fora. Presos na escuridão. 
Li por aí que o tempo é o único bem real de que dispomos. Ele não volta. O tempo escorre. O tempo é agora. 
Quantas vezes a vida nos dá sinais?! Nos chacoalha. Bate na nossa porta. Esfrega na nossa cara. E não vemos. Quantas vezes as respostas para a nossa ansiedade vem em forma de amor. E a gente se esconde. Corre. Diz não. Quantas vezes questionamos o universo... e ele nos trouxe o que precisávamos. Mas ficamos atônitos. Paralisados na nossa covardia. 
Lá na frente vamos nos perguntar: “mas porque será que tudo continua igual? Por que eu não me sinto feliz?”.  Fomos nós quem fugimos. Porque é isso que a gente faz. Temos medo de tudo o que nos faz sentir de verdade. Falamos de boca cheia por ai: “eu quero ser feliz”. Mas não estamos dispostos.  
Gosto muito desse trecho de Fernando Teixeira Andrade que diz assim “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”
Um brinde ao acaso, à magia das coisas simples, que não tem hora marcada para acontecer. A vida sempre se encarrega dos melhores detalhes. Basta abrir os olhos da alma. 
FIM
Carol Brunel
26/04/2020

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