segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Às vezes é bom falar



Segunda-feira...

Hoje eu acordei pensando em como as pessoas me confundem. Confundem o meu jeito de dar atenção e de ser carinhosa com falta de amor próprio. Às vezes confundem minhas falas. Às vezes confundem meu olhar e meu sorriso. As pessoas me acham frágil por eu me doar. 

E eu não vou dizer que não sou sensível, pois sou. Sou sensível a vida e as emoções, porque vivo com o coração. Sou sensível porque costumo me entregar. Eu não vivo na superfície das coisas. Eu não vivo apenas por viver. Mas não sou frágil. Eu já superei mais coisas do que todos podem imaginar. Na vida eu aprendi a seguir em frente. Eu sempre acredito que coisas melhores acontecem quando a gente está de peito aberto. E eu vivo de peito aberto. Não me escondo. Não fujo do que sinto. Não fujo da vida. 

Talvez as pessoas não entendam que eu faço as coisas com o coração. Que eu gosto de ver quem “eu gosto” feliz. Não sei ser diferente disso. E tudo bem que me interpretem equivocadamente. Tudo bem. Eu continuarei fazendo o meu papel… seja como for. 

Nunca obriguei ninguém a estar do meu lado. Nem vou obrigar. Fica quem quiser ficar. Quem não quiser. Azar! É só ir. Mas que não esperem que eu seja a mesma caso voltem atrás. Nem esperem que eu ainda esteja disponível. 

É como diz aquela frase que usei outro dia, em outro texto: 
Alguém vai amar o teu desarrumado, vai rir do seu jeito bagunçado e vai gostar das tuas loucuras. Alguém vai amar a tua paixão por comida e achar engraçado o quanto você gosta de dormir. Alguém vai te amar do jeitinho que você é...”

Né!

E sabe… hoje me sinto um pouco cansada dessa história de “ser uma pessoa legal” e das pessoas perceberem isso sempre quando é tarde demais. Talvez eu devesse parar de ser legal o tempo todo?! Não sei. Não sei se conseguiria ser indiferente. Ser fria. Ser insensível. Mas talvez eu poderia tentar. Por que eu acho que no fundo as pessoas gostam de ser esnobadas e tratadas com indiferença. Todo mundo reclama da falta de carinho, de altruísmo, de atenção. Mas quando as pessoas recebem isso, elas não sabem o que fazer com isso… preferem agir friamente. É que no fundo as pessoas se preocupam apenas com o próprio EGO. Talvez a errada seja mesmo eu, que me preocupo demais com os outros. 

Mas eu sou aquela pessoa que não se arrepende das tentativas que fez na vida. Das entregas. Dos momentos vividos. Da minha doação. Eu me arrependo apenas de não ter me permitido com as pessoas que estavam dispostas a viver algo legal comigo. Acho que perdi muita gente legal. Tenho certeza que perdi… Muita gente que queria estar. Muita gente que faria tudo para ter algo legal, construtivo e sério comigo. 

É… a vida é bem cruel nesse sentido. Por que às vezes a gente tem ali… uma oportunidade batendo todos os dias na nossa porta. Às vezes é a oportunidade que a gente queria, às vezes é o universo nos dando respostas as nossas dúvidas sobre o futuro. Às vezes é o destino “alertando” que a gente vai ser mais feliz em outro caminho. 

Mas a gente não enxerga. E quase sempre a gente enxerga quando é tarde mais. Quando aquela pessoa “disposta” já seguiu seu caminho, já encontrou alguém e está feliz. E às vezes mais feliz do que a gente. A gente que faz uma escolha e talvez nem vai ser feliz lá na frente nesse caminho.. Talvez a gente acorde e perceba “tarde demais”…

Talvez!

E eu to aqui pensando, que talvez, eu não queira acordar tarde demais. Outra vez… sem perceber quem está do meu lado. Quem está querendo ficar… quem está querendo se permitir viver. 
Eu não quero acordar tarde demais. 

FIM
Carol Brunel
16/12/2019

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