O texto de hoje nasceu a partir de uma passagem
bíblica compartilhada em um grupo de whatsapp. Sim!! Quem diria....eu que sou
até um pouco “cética” em relação a bíblia, usando um texto bíblico como
referência.
Acontece que esse texto gerou uma conversa que
me inspirou a escrever. O trecho é de Mateus 6:1-6, e uma parte dele diz assim “por isso, quando deres esmola, não toques a
trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas para
serem elogiados pelos homens”.
Vou misturar um pouco dos conceitos religiosos (não
me levem a mau os mais fanáticos), mas o budismo tem uma frase que diz que a
caridade deve ser anônima, caso contrario não é caridade, é vaidade! E a gente
sabe, que há de fato, muita vaidade nas religiões e especialmente nas pessoas.
Quantas
pessoas vemos no dia a dia enaltecendo “seus feitos”, envaidecidos pelo ego,
falando de caridade.
É claro que quando a gente vê um ato de
caridade, a gente acaba se inspirando, mas eu estou falando daquelas pessoas
que vivem na vaidade de achar que são as melhores pessoas do mundo por que
ajudam um ou outro, ali e lá.
Sabe, aqueles que se sentem superiores por que
foram na igreja?
Aqueles que publicam a “fé”, mas não praticam a
verdadeira fé no dia a dia?
Por que para mim está muito claro que a fé
nasce do amor, o amor que vem de Deus. Deus é amor, como está escrito na Bíblia...
E se a gente não praticar compaixão e amor, já estamos no caminho errado. Se a
gente prefere alimentar o ego com: egoísmo, julgamentos, arrogância, vaidade. Então
estamos muito longe da fé que a gente diz ter.
Tem um trecho de um texto que eu li nas minhas
leituras diárias que diz o seguinte: “A
benevolência para com o semelhante, fruto do amor ao próximo, produz a
afabilidade e a doçura, que são as formas da sua manifestação, entretanto, nem
sempre se deve confiar nas aparências; a educação e a vivência do mundo pode
dar o verniz dessas qualidades, quantas há cuja fingida bondade nada mais é
do que uma máscara para o exterior, uma roupagem, cuja aparência bem
talhada e calculada disfarça as deformidades escondidas! O mundo está repleto
de pessoas que têm o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são
mansas nas condição de nada lhes machucar, mas que mordem a menor contrariedade;
cuja língua dourada quando falam face a face, se transforma em dardo
envenenado, quando estão por de trás.”
E quantos né? Quantos fingem bondade! Quantos
carregam sorrisos nos lábios, fingem mansidão, mas abocanham na primeira vez
que são contrariados. Quantos?
Por fora a casca da bondade, por dentro o
desejo de satisfazer o EGO. De se sentir superior aos outros. Eu sempre digo
que essas pessoas são artificiais, que praticam uma caridade artificial e tem
uma fé mais artificial ainda. São pessoas vazias, pessoas que escondem suas inseguranças.
Pessoas que precisam humilhar, maltratar e julgar os outros para se sentirem melhores.
“A hipocrisia fede”! Disse uma amiga após ler o
trecho bíblico. E é verdade! a hipocrisia dá ânsia de vômito... e os hipócritas
estão entre nós, sorrindo e acenando.
Tem muita gente dizendo ser temente a Deus, e na
realidade vivendo de miséria emocional e egoísmo. Há por trás de toda religião uma
“fé artificial”. De gente que sai da igreja cheio de si e na rua já condena os
outros. De gente que está mais preocupado em “publicar” nas redes sociais sua
fé, do que realmente em por em prática os ensinamentos da fé.
Infelizmente a internet cria muita gente “artificial”.
Gente que vive nas aparências de suas publicações. Por que se a gente diz ter
fé em Deus, então que saibamos ao menos praticar o mais simples de todo
ensinamento bíblico: amor, compaixão, respeito!
Que a gente cumprimente o porteiro, a
faxineira, mas que a gente também cumprimente as pessoas que nos amam. Que a
gente seja gentil nas redes sociais, mas que sejamos também no dia a dia, com
os que nos cercam. Que a gente seja legal com os amigos, colegas,
desconhecidos, mas que a gente seja ainda mais legal com quem está disposto a
dar um pouco de si para nós.
Por que de nada adianta vestir uma máscara e
sair por ai se achando o melhor do mundo por que foi na igreja, por que teve um
gesto bondoso, por que foi legal com alguém por um momento.
E quantas vezes não foi legal? Quantas vezes
foi rude? Quantas vezes foi egoísta? Quantas vezes estava preocupado com o ego?
Quantas vezes deixou de ser bom quanto Deus estava esperando que você fosse? Quantas
vezes teve oportunidade de sentir compaixão e sentiu ódio? Quantas vezes
poderia ter perdoado e não perdoou?
Não adianta tocar trombetas, se não somos capazes de olhar os outros com olhos de amor.
Então, que a gente possa fazer a diferença!!!
Por que quando a gente quer mudar o mundo, a gente começa mudando a gente
mesmo!
FIM
Carol Brunel
25/04/2017