**Antes
de mais nada, isso é uma reflexão, um pensamento... e cabe aqui interpretação**
Acho que inclusive que já escrevi sobre isso antes. Em algum momento. Mas vamos
lá... again...
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Eu
acho bizarra a maneira como as pessoas agem nas relações afetivas hoje em
dia... E resumindo (de modo geral) é tudo tão banal e superficial. Se eu faço o
que o outro quer, se eu concordo com ele, se eu digo sim... “ok! eu te amo”...
Agora experimenta só discordar do outro, ser contra uma ideia, um conceito, um
desejo do outro, experimenta dizer “não”.... “Não! Você não serve para mim... Porque você
me afronta”.
É
meio que uma situação egoísta (da parte alheia) onde as relações são baseadas
no quanto você é capaz de andar na linha do outro, esquecendo da sua própria individualidade,
da sua própria maneira de pensar, dos seus próprios desejos. Onde a sua história
e sua essência são ignoradas.
As
relações parecem uma competição, onde ambos ficam tentando defender seus pontos
de vista a qualquer custo (e um deles sempre acha que tem razão). É disputa de
egos, e vence quem?!
...Percebo
como as pessoas amam e deixam de amar na mesma velocidade com a qual trocam de
roupa, agindo como se os sentimentos daqueles com as quais se envolvem fossem descartáveis.
Sentimentos esses, que são nutridos pelas próprias pessoas que depois o
banalizam.
Em
um dia fulano (a) tá lá, falando coisas de amor, no dia seguinte. “Ah não
espera, é que você agiu assim, então não quero mais sabe... porque você tem que
agir como eu quero e dizer só o que eu quero ouvir”.
“Eu
te amo, mas como você disse isso, eu não quero mais”. E baseadas nisso tomam decisões
unilaterais, sem dialogo, e sem inclusão.
Fazem
isso em um estalar de dedos, sem pensar nas feridas que causam. Sem pensar em
nada. Agindo como se tudo não tivesse passado de um grande engano, uma
brincadeira qualquer, uma diversão...
O
tal do foi bom enquanto durou.... ou “não deu certo porque FULANA (O) é
assim... assado”... porque é claro que a culpa é sempre do outro. Nunca é
nossa, porque nós somos perfeitos, não é mesmo?! A gente só acerta! (contem
ironia)
É
mais fácil arrumar uma desculpa esfarrapada para vazar de uma relação
que você mesmo nutriu... do que assumir: “eu sou um (a) grande filha da puta
que não sabe amar e brinco com os sentimentos dos outros”.
“Há quase 20 anos, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman cunhou o
hoje amplamente difundido termo “amor líquido” para retratar o modo como
estamos nos relacionando. Esse conceito de amor é pensado a partir da lógica
dos bens de consumo: a relação só é preservada enquanto trouxer satisfação e
utilidade instantânea, se não, é rapidamente substituída por outra. É um amor
frágil que paira sob a eliminação imediatista e a ansiedade permanente e que
dificilmente constrói relações duradouras”
Parece que as pessoas não sabem mais lidar com as diferenças. Elas
esperam que o outro seja exatamente um clone, que diga amém e concorde com
qualquer ideia. Parece que as pessoas não entendem mais que relacionamento não
é e nunca será um “mar de rosas” onde você vai viver flutuando em campos de
flores, com nuvens coloridas, pôneis e arco-íris.
Porque se você quer mesmo viver algo duradouro, vai ter que
lidar também com o “pior” do outro. Eu estou falando dos defeitos mesmo. Das diferenças.
Dos ideais. Do universo diferente de cada um. Inclusive com as discordâncias que
vão surgir (e elas vão).
Se você quer mesmo viver algo duradouro, e se existe mesmo amor
de verdade, você vai ter que aprender a relevar algumas coisas. Vai ter que entender
que nem sempre vocês vão estar alinhados, mas que de uma maneira geral a relação
tem muitos pontos positivos, amor, carinho, tesão... e que o fato de não acordarem
em algo, não é o fim do mundo, nem o fim da linha.
Se você quer mesmo viver uma relação MASSA, com amor, carinho,
troca, compreensão. Você vai ter SIM que passar por cima de uma coisa ou outra.
Saber conversar. Se você quer mesmo viver algo verdadeiro, não vai ser agindo
como um menino fujão que quando “perde” pega a bola do campinho e leva embora.
Ou será que você acha que esses casais instagrameáveis são
casais zero problemas?
Segundo Camilla Couto, orientadora emocional
para mulheres, com foco em relacionamentos, pelo contrário: “se relacionar é
uma construção diária que requer parceria, uma boa dose de paciência e de
abertura para compartilhar, ceder, acolher, debater e aprender”, explica.
Para
Camilla, em primeiro lugar, relacionamentos e amores não vêm prontos, são
construídos diariamente e não da noite para o dia. Segundo, não se
conhece alguém, de fato, em uma ou duas saídas. Terceiro, não existem pessoas
perfeitas. E, por fim, os relacionamentos, assim como a vida, são
constantemente inconstantes
Agora se você só
quer se divertir. Brincar com os sentimentos dos outros. Culpar o outro por não
ter dado certo. E sumir no primeiro desentendimento. Primeiro: você não quer
amor, você quer diversão... você não ama, você machuca!
Se alguém quiser
ler mais e refletir um pouco sobre... tem esses artigos bem legais: https://gamarevista.uol.com.br/semana/o-que-e-descartavel/relacoes-afetivas-descartaveis/
https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/03/01/ghosting-ele-sumiu-e-me-deixou-sozinha-na-noite-de-ano-novo.htm
Fim
Carol
Brunel
09/04/2023
[18:33]